Falta d’água nos balneários: um problema que se repete no Verão

FOTO Casan Divulgação Notisul Digital

Todo Verão é a mesma história: as populações dos balneários catarinenses aumentam exponencialmente, impulsionadas pelo turismo e pelas férias escolares. Mas, enquanto a demanda cresce, o abastecimento de água parece entrar em colapso. A Casan, Companhia Catarinense de Águas e Saneamento, que cobra taxas o ano inteiro, continua deixando os consumidores à mercê de um serviço ineficiente.

A falta de investimentos ao longo dos anos e a incapacidade de planejar para os períodos de maior demanda resultam em transtornos. Na Praia do Sol, em Laguna, a situação chegou ao limite nesta semana.

Em São José, cidade da Grande Florianópolis, moradores de diversas ruas ficaram sem água por três dias, enfrentando dificuldades para realizar atividades essenciais como cozinhar e tomar banho. A indignação dos moradores foi reforçada pela atuação do Procon, que notificou a Casan, exigindo ações imediatas para regularizar o abastecimento.

FOTO Procon/PMSJ Divulgação Notisul Digital

Clarice Fátima da Costa, diretora do órgão de defesa do consumidor, ressalta que, segundo o Código de Defesa do Consumidor, a distribuição de água, por ser um serviço essencial, deve ser contínua e eficiente. Apesar da notificação, o histórico da Casan gera desconfiança. Ano após ano, o mesmo problema se repete, e soluções definitivas parecem distantes.

A companhia, enquanto concessionária, tem o dever de investir na ampliação e modernização de sua infraestrutura. No entanto, os moradores continuam pagando por um serviço que, especialmente na alta temporada, não é entregue. É inadmissível que famílias sejam privadas de um bem essencial, como a água, enquanto pagam por um fornecimento contínuo.

A cobrança de taxas deve vir acompanhada de responsabilidade e eficiência. O Procon reforçou que os consumidores podem registrar reclamações para pressionar a Casan a cumprir suas obrigações, mas isso não deveria ser necessário. O turismo é um dos motores da economia catarinense, e situações como essa comprometem não apenas o conforto dos moradores e turistas, mas também a imagem do Estado.

Compete aos moradores o consumo consciente durante os dias de forte calor. Mas a pergunta que fica é: até quando veremos o mesmo roteiro de descaso e falta de planejamento? É hora de a Casan assumir seu papel e tratar o abastecimento de água como a prioridade que ele merece ser.