Uma faculdade de odontologia em Balneário Camboriú, SC, vai utilizar cadáveres congelados importados dos Estados Unidos para aulas práticas, incluindo técnicas de harmonização facial. A técnica de conservação “fresh frozen” preserva os corpos sem o uso de formol, proporcionando uma experiência mais realista para os alunos. O curso, que inicia em fevereiro de 2025, busca unir função estética e bem-estar, e a prática já é adotada por outras instituições brasileiras, como o ITC de Balneário Camboriú e a Faculdade CTA, em Campinas.
O que são cadáveres “fresh frozen” e como são usados
O termo “fresh frozen” se refere a cadáveres frescos preservados por meio de congelamento, uma técnica diferente do tradicional embalsamamento com formol, usado no Brasil. Essa técnica permite que as características do corpo, como viscosidade e mobilidade da pele, sejam preservadas, tornando o manuseio mais próximo à realidade de um paciente vivo. Essa abordagem oferece uma experiência mais precisa para os alunos, especialmente nas áreas de odontologia estética e harmonização facial.
Benefícios do método para os alunos
O cirurgião-dentista Mohamad Abou Wadi, fundador do Grupo Kefraya, explicou que a técnica proporciona uma simulação mais fiel das cirurgias realizadas em pacientes vivos, embora não seja possível observar reações como inchaço e inflamação. No entanto, a conservação por congelamento permite um aprendizado mais seguro e eficiente, prevenindo complicações durante as aulas práticas.
O processo de importação e uso das peças anatômicas
As peças anatômicas “fresh frozen” são importadas dos Estados Unidos e não podem ser compradas diretamente no Brasil, devido às leis que proíbem a comercialização de corpos humanos. No entanto, empresas internacionais especializadas oferecem serviços de conservação, armazenamento e transporte dentro das regulamentações brasileiras. As instituições de ensino podem solicitar peças específicas para fins educacionais, como corpos com características dentárias para treinamento odontológico.