Os Estados Unidos impuseram sanções a 16 membros do governo e do Judiciário da Venezuela, nesta quinta-feira (12), como retaliação às eleições presidenciais que consideram fraudulentas. Entre os sancionados está Caryslia Rodríguez, presidente do Supremo Tribunal de Justiça, que confirmou a vitória de Nicolás Maduro em junho.
Juízes e promotores são sancionados
De acordo com o Departamento do Tesouro dos EUA, a medida foi tomada após alegações de fraude nas eleições venezuelanas. Caryslia Rodríguez, que lidera o Supremo, foi um dos principais alvos da sanção, já que leu a sentença que reconheceu a vitória de Maduro, além de impedir a divulgação pública das atas eleitorais.
Outros nomes destacados:
- Inocencio Figueroa, Malaquias Gil, Juan Carlos Hidalgo, e Fanny Beatriz Marquez, juízes envolvidos no caso;
- Promotores que, segundo Washington, colaboraram para a fraude eleitoral;
- Restrições de visto para entrada nos EUA também foram aplicadas aos sancionados.
Reação dos EUA
Wally Adeyemo, secretário-adjunto do Tesouro dos EUA, afirmou que as sanções são uma resposta à repressão de Maduro contra o povo venezuelano e a negação de eleições livres. Segundo ele, o governo dos EUA continuará a agir contra aqueles que minam a democracia no país.
Em total, mais de 2.000 venezuelanos, incluindo Maduro, já foram alvos de sanções desde 2017.
Resposta do governo da Venezuela
Em nota, o governo venezuelano repudiou as sanções. O Ministério das Relações Exteriores declarou que as medidas são uma tentativa grosseira dos EUA de interferir nos assuntos internos do país e que a Venezuela seguirá resistindo às pressões externas.
Contexto das eleições de junho
A controvérsia sobre as eleições começou quando a oposição venezuelana alegou que tinha acesso às atas eleitorais que indicariam a vitória da oposição, algo contestado pelo Supremo. Desde então, as tensões entre os dois países vêm escalando, com Washington intensificando as sanções contra autoridades venezuelanas.