Tricampeão da Fórmula 1, Niki Lauda morre aos 70 anos

Tricampeão mundial de Fórmula 1, Niki Lauda, de 70 anos, morreu ontem em Viena, capital da Áustria. O ex-piloto estava internado na Unidade de Tratamento Intensivo de um hospital da cidade por conta de complicações em um antigo problema respiratório. 

Lauda sobreviveu a um dos mais graves acidentes da história da F-1, no GP da Alemanha, em Nurburgring, em 1º de agosto de 1976. O então piloto da Ferrari teve o corpo coberto por chamas e a capacidade respiratória comprometida desde então.

Também nesse acidente, ele teve parte da orelha direita queimada e vários ossos quebrados. Lauda não só lutou contra a morte como batalhou muito para também voltar às pistas. Depois de 42 dias e só duas corridas de ausência, lá estava de novo nas pistas. Naquele ano, foi vice-campeão mundial, tendo perdido o título para James Hunt. A rivalidade com Hunt nas pistas virou até filme.

Além do problema pulmonar, o ex-piloto precisou passar por dois transplantes de rim, um em 1997 e o outro em 2015. Esse último procedimento só foi viável graças à namorada da época, que lhe doou um órgão saudável.

Desde 2012, Lauda era presidente de honra da Mercedes, na reconstrução da equipe na F-1. Ele foi um dos principais nomes que levaram Lewis Hamilton para as Flechas de Prata no final daquele ano. Antes das férias de verão da categoria, Lauda perdeu os GPs da Alemanha e da Hungria. O austríaco foi campeão da F-1 em 1975, 1977 (ambas pela Ferrari) e 1984 (já pela McLaren). Ao todo, foram 177 corridas na principal categoria do automobilismo, com 25 vitórias e 24 pole-positions.

Sem apoio da família, Niki teve ascensão fulminante

Nascido em 22 de fevereiro de 1949, Andreas Nikolaus Lauda era de família rica. Apesar de ter passado uma juventude abastada, o austríaco quis seguir carreira no automobilismo. Sem apoio do avô banqueiro e dos demais familiares, Niki tomou um empréstimo num outro banco e passou a investir na carreira. Depois de comprar uma vaga na equipe March de Fórmula 2, Lauda rapidamente foi convidado para correr na F1, estreando no GP da Áustria de 1971.

Depois de correr a temporada de 1972 pela equipe inglesa, Niki pegou outro empréstimo bancário e passou a correr na antes vitoriosa BRM, que, no entanto, já não vivia seus melhores dias. Mesmo assim, impressionou pela precisão na troca de informações com os engenheiros e mecânicos, e marcou seus primeiros pontos numa época em que apenas os seis primeiros colocados somavam. Indicado por Clay Regazzoni, foi contratado pela Ferrari para 1974.