Pane seca foi a causa da queda do avião

Avião caiu em uma região de montanhas a cerca de 40km de Medellín. - Foto: Divulgação/Notisul.
Avião caiu em uma região de montanhas a cerca de 40km de Medellín. - Foto: Divulgação/Notisul.

Medellín, Colômbia

As autoridades colombianas deram ontem sua versão oficial sobre o acidente com o avião da Chapecoense no último dia 29, que resultou na morte de 71 pessoas nas proximidades de Medellín. O avião caiu por falta de combustível (pane seca), apontam os resultados das investigações preliminares. Os oficiais da Aeronáutica Civil da Colômbia explicaram os detalhes do acidente usando, inclusive, gravações feitas pelo sistema de voz do avião (voice recorder) da Lamia antes da queda.

As autoridades informaram que a aeronave caiu por falta de combustível, mas tinha sobrecarga, plano de voo irregular e o piloto tardou a relatar a situação de emergência. “A aeronave tinha um peso superior ao permitido nos manuais. Foram quilos a mais, mas que não foram a principal causa do acidente”, afirma o coronel Freddy Augusto Bonilla, secretário de segurança da Aeronáutica Civil da Colômbia. “Essa situação de falha total foi reportada apenas dois minutos antes da queda”. A aeronave estava a 230 km/h no momento do impacto.

O diretor da Aeronáutica Civil, Alfredo Bocanegra, contou ainda que o piloto Miguel Quiroga, morto no acidente, tinha total consciência de que o combustível na aeronave não era o suficiente. “Eles estavam conscientes desta limitação”.
As autoridades ainda culpam a Administração de Aeroportos e Serviços Auxiliares à Navegação Aérea da Bolívia (Aasana) por ter aprovado o plano de voo da LaMia, considerado irregular, devido à autonomia da aeronave, similar ao tempo de duração do voo até Medellín.

O secretário de segurança da Aeronáutica Civil da Colômbia seguiu com as explicações do acidente mostrando a gravação de conversa do piloto da Lamia com a torre de controle de voo do aeroporto de Rionegro antes da queda do avião.
A gravação, no entanto, é encerrada ainda antes da queda, o que, segundo Freddy Augusto Bonilla, ainda é investigado. Quatro brasileiros sobreviveram à queda, um jornalista e três jogadores da Chapecoense.