Brasileiros fazem história

Rafael Andrade
Tubarão

De volta para casa com o sentimento de dever cumprido. Assim iniciou 2011 para 15 maratonistas de Tubarão e um de Criciúma. O grupo participou, no último dia de 2010, da 86ª Corrida de São Silvestre, em São Paulo. Somente dois corredores não conseguiram completar a prova de 15 quilômetros, uma das mais difíceis do mundo.
“É um percurso muito complicado, com muitas subidas, muita gente (foram 21 mil atletas) e muita poluição”, relaciona Clemente de Souza, campeão na sua categoria – de 61 a 70 anos – em 2000. Ele não pôde participar em 2010, mas viajou com a delegação.


A surpresa positiva foi a raça e a técnica apresentada pelo atleta Claudinei Ribeiro, de Criciúma. Ele largou na Elite A, primeiro pelotão da prova masculina e chegou a liderar a prova por quase um quilômetro. Persistente, finalizou o percurso em 52 minutos, somente oito minutos atrás do vencedor da corrida, o brasileiro Marílson dos Santos. Claudinei ficou entre os 60 primeiros na classificação geral.


O tubaronense e um dos destaques no atletismo catarinense em 2010, Patrick Luiz Mateus, de 21 anos, também conseguiu fechar a prova em menos de uma hora, dentro de sua perspectiva. “O Patrick tem qualidade e um bom futuro no esporte. Ele fez em 59 minutos e deve melhorar a marca no fim deste ano”, prevê Luiz Antônio dos Santos, secretário-geral do Clube de Corredores de Tubarão (Cortuba).


O grupo chegou em Tubarão neste sábado. Passou a vira de ano na estrada, mas não deixou de comemorar a virada do ano. No fim deste ano eles prometem um espetáculo ainda mais azul em São Paulo.


Pódio pintado de verde e amarelo (com um toque cor-de-rosa)
A Corrida de São Silvestre tem novamente um vencedor brasileiro. Marílson Gomes dos Santos superou os rivais africanos no último dia de 2010 e devolveu a vitória ao país, que não via um vencedor nacional desde Franck Caldeira, em 2006. Além disso, o corredor conseguiu o tricampeonato e sagrou-se o primeiro brasileiro a alcançar essa marca na era internacional da prova, que se iniciou em 1945.


Marílson cravou 44min07s, um tempo superior a suas outras duas vitórias, em 2003 e 2005. A segunda colocação nesta edição ficou com o queniano Barnabas Kosgei, que superou o compatriota e então bicampeão James Kipsang Kwambai. O brasileiro Giovani dos Santos, em quarto, foi a outra presença brasileira no pódio.


A prova masculina iniciou equilibrada, com o pelotão de elite mantendo a disputa pela primeira colocação entre vários atletas. O brasileiro Israel dos Anjos e o marroquino Mohamed El Hashimi se destacaram em relação aos rivais, mas Marílson assumiu a ponta no Elevado Costa e Silva. E a partir daí a boca do povo tinha um só grito: “Vai Marílson!” E ele foi.


Entre as mulheres o verde e amarelo também foram as cores do pódio. Simone Alves da Silva (foto abaixo) conquistou o vice-campeonato da 86ª Corrida de São Silvestre. Terminou atrás apenas da queniana Alice Timbilili. Em 2009, Simone havia ficado na 11ª posição.


Marílson dos Santos. Anote este nome!
O brasiliense Marilson Gomes do Santos (foto acima) tornou-se o maior brasileiro da história internacional da São Silvestre. Com a terceira conquista (2003, 2005 e 2010), obtida no último dia de 2010, o competidor ultrapassou José João de Silva (1980 e 1985) e Sebastião Alves Monteiro (1945 e 1946) como o principal representante do país na da prova mais tradicional do pedestrianismo nacional.


Entre as mulheres, a vitória da queniana Alice Timbilili aumentou o domínio africano na prova feminina da São Silvestre, que já dura desde o título dela própria em 2007. E a bicampeã ainda bateu o recorde da competição, ao completar o percurso de 15 quilômetros em 50min19s42 – a antiga marca pertencia à também queniana Hellen Kimayio, vencedora em 1993 com 50min26.


Aranha é penta na prova para cadeirantes
Com o tempo de 46min20s, Fernando Aranha Rocha conquistou o pentacampeonato entre os cadeirantes da 86ª Corrida Internacional de São Silvestre. A chegada foi emocionante: o paulista terminou apenas quatro segundos a frente de Jaciel Antonio Paulino. O terceiro lugar ficou com o santista Carlos Neves de Souza. Segundo e não menos feliz, Jaciel manteve a tradição de subir no pódio desde 2005. Já o santista cruzou a linha de chegada na avenida Paulista com o tempo de 46min24s.