Virose: o mal do verão

Andréa Raupp Alves
Tubarão

‘Elas’ aparecem devagarinho e podem literalmente tirar o sono. Algumas doenças surgem com maior frequência no verão, como as viroses. Geralmente, começam com sintomas fracos, como febre, dores abdominais, e horas depois o quadro agrava-se, podendo desencadear em vômitos, diarreia, entre outros.

As viroses mais comuns na região são rotavírus, hepatite A e enteroviroses. Na primeira, os sintomas são febre, dor abdominal, vômitos e evacuações líquidas. Na hepatite A, o quadro é mais complexo, com febre de baixa intensidade (38º), dor abdominal, diarréia e icterícia muco cutânea (coloração amarelada da pele e conjuntivas, o famoso “amarelão”). Já as enteroviroses, são causadas por vírus que iniciam com quadro respiratório de coriza, congestão nasal, febre e, depois de dois ou três dias, ‘evoluem’ para vômitos e evacuações líquidas.

“Estas viroses podem ser transmitidas por via respiratória, no caso das enteroviroses, ou através de água contaminada, como a hepatite A e o rotavírus”, explica a infectologista do Nucleo de Vigilância Epidemiológica do Hospital Nossa Senhora da Conceição de Tubarão, Eletânia Esteves de Almeida.

Como surge a virose

As viroses, em geral, acometem mais crianças. No entanto, os adultos também podem contrair as doenças devido ao contato com uma criança ou a mesma fonte de contaminação. E não é algo para não se preocupar. “Todas as doenças podem ter um quadro clínico que vai desde assintomático até sintomas graves, que podem matar”, alerta a infectologista Eletânia Esteves de Almeida.
O caso do ajudante de padeiro Genivaldo Bispo Vieira, por exemplo, é delicado. Desde sexta-feira, ele tem sintomas de virose, mas, por ter problemas cardíacos, resolveu consultar um médico. “Ele me encaminhou para a internação, para acompanhamento do quadro da doença”, explica.

Surto paulista pode chegar em Santa Catarina
O surto de diarreia das últimas semanas no litoral paulista pode migrar para outras regiões. Foram registrados na cidade de Olímpia (SP) – de 30 de dezembro a 12 de janeiro – 367 casos, muitos deles em turistas que frequentaram um parque aquático que recebe centenas de visitantes por dia.
A infectologista Eletânia Esteves de Almeida revela que o risco de ocorrer o mesmo em praias daqui é o mesmo que nas praias de São Paulo. “Esta é uma época de grande circulação de pessoas no litoral. Além disso, as condições de alimentação e o tratamento da água podem estar inadequados em várias praias”, lista.

O que fazer para evitar uma virose?

A recomendação da infectologista Eletânia Esteves de Almeida para não ficar doente é beber água tratada e encanada, fervida ou filtrada; lavar as mãos com água e sabão após utilizar o banheiro e antes de preparar alimentos ou antes de comer; evitar ambientes com aglomerações de pessoas, no caso de ser impossível, cobrir o nariz e a boca.

Quanto à prevenção, a médica informa que existe vacina na rede pública para o rotavírus, mas para crianças de três a cinco meses. “Para a prevenção da hepatite A na rede privada, a vacina é realizada a partir de 1 ano e pode ser feita para qualquer idade”, esclarece.