Verba de empréstimo chega em até 10 dias

Empresários serão recebidos para assinar os contratos a partir desta segunda-feira  -  Foto:Kalil de Oliveira/Notisul
Empresários serão recebidos para assinar os contratos a partir desta segunda-feira - Foto:Kalil de Oliveira/Notisul

Kalil de Oliveira
Tubarão

Há basicamente duas formas de conseguir dinheiro para reconstruir uma empresa: a mais rápida e cara e a mais demorada e barata. O assunto foi apresentado ontem pelo presidente da Agência de Fomento do Estado de Santa Catarina (Badesc), José Claudio Caramori, na sede da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), em Tubarão.

Menos burocrática e mais rápida, com dinheiro na conta entre sete e dez dias, o Badesc Fácil é uma forma de empréstimo que tem a desvantagem de juros de 2,15% ao mês, próximo do valor cobrado por bancos comerciais.

“O Badesc foi presente em outras situações iguais e sempre saiu razoavelmente bem. Digo isso porque sempre sobram sequelas. Nosso papel é minimizar os efeitos e dirimir dúvidas”, avisa Caramori.

O depoimento do presidente da Associação da Micro e Pequena Empresa (Ampe) de Tubarão, Paulo Fernando da Silva, emocionou os integrantes da mesa. Segundo ele, a decisão mais econômica seria demitir os funcionários, mas nem isso é possível porque custaria R$ 140 mil de indenização trabalhista somente para ele. “Eu disse aos meus colaboradores que viria a esta reunião para tentar uma luz porque não sei o que fazer. São 16 famílias que dependem da empresa. Eles estão lá nos escombros, tentando salvar os equipamentos. Perdemos tudo”, relata Paulo, que calcula R$ 900 mil o valor mínimo para reconstruir sua empresa de inspeção veicular.

O prefeito Olavio Falchetti (PT), o deputado Jorge Boeira (PP) e o prefeito eleito Joares Ponticelli (PP) enfatizaram ao presidente do banco estadual a urgência da situação. Segundo Boeira, se o município decretar situação de calamidade pública seria possível trazer recursos com juros de menos de 1% ao ano do próprio Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), via Badesc. “Isso não será problema”, emendaram Joares e Olavio.

Entretanto, além de esperar para que o relatório de danos que a Defesa Civil deve concluir na próxima terça-feira chegue a Brasília, a burocracia do Programa de Reconstrução de Municípios Afetados por Desastres Naturais (BNDES/PER) para as empresas é bem maior, de modo que nem todas conseguem chegar aos recursos. 

Segundo Caramori, a linha do BNDES, prometida pelo Ministro da Integração Nacional, Helder Barbalho, nesta semana, dependerá de força política para agilizar a vinda do dinheiro, e o apoio do governador Raimundo Colombo (PSD) é importante. Para todo o país, são R$ 500 milhões dos quais R$ 5 milhões de teto para cada empresa.

Segundo o presidente da Acit, Murilo Bortoluzzi, que também é emrpesário e teve perdas milionárias devido à tempestade, outra mobilização é para que os governos aceitem adiar a cobrança dos impostos. Hoje, a entidade tem uma nova reunião com técnicos do Badesc para discutir como os empresários serão atendidos. Uma possibilidade é que a sede da Acit se transforme em uma sala de situação a partir de segunda-feira.