Ventos acima de 100 km/h atingem a região

Foto: Joares Ponticelli/Divulgação/Notisul.
Foto: Joares Ponticelli/Divulgação/Notisul.

Kalil de Oliveira
Tubarão

Estava previsto um vento forte, mas com tanta intensidade ninguém esperava.  O que foi classificado como um tsunami meteorológico em algumas cidades da região Sul, como Araranguá e Balneário Rincão, segundo a Defesa Civil estadual, chegou em Tubarão na forma de ventos acima dos 100 km/h. Um F0 (zero). Foi praticamente um furacão. Classificação climática à parte, o medo, os prejuízos, saques, morte, acidentes, uma série de problemas – ainda não contabilizados – foram gerados.

Rajadas ensurdecedoras arrancaram placas de propaganda e destelharam milhares de residências em Tubarão, Capivari de Baixo, Braço do Norte, Laguna, Imaruí, Garopaba, Grão-Pará, Rio Fortuna e Imbituba, segundo as primeiras informações.

No início da noite de ontem, dezenas de viaturas dirigiram-se para a região. O temporal chegou a atingir outras cidades do Sul do Estado, cortou o fornecimento de energia elétrica e bloqueou ruas, avenidas e rodovias. Muita gente ainda limpava a frente de suas casas na tarde de domingo – devido ao vendaval do início da madrugada – quando o céu anunciava que vinha uma tempestade, que se transformou em um possível furacão.

Principalmente nas margens do rio Tubarão, carros desviavam para não serem atingidos, já que árvores caíam a todo o instante. Quem atravessava a Ponte Dilney Chaves Cabral, em pleno Centro, perdeu chapéus e guarda-chuva. Um homem agarrado a duas crianças abrigou-se sob um ponto de ônibus. Com a força do vento, alguns veículos foram atingidos por uma enorme placa de metal que se desprendeu de um ponto comercial na avenida Padre Bernardo Freuser.

Até o Batalhão da PM, no bairro São João, foi destelhado. Outros prédios públicos, como o Ciretran, na margem esquerda, foram atingidos. A queda de uma árvore provocou a destruição de uma banca de venda de flores na Praça 7 de Setembro, em frente à Caixa Econômica. Duas motocicletas também foram atingidas. Por todas as cidades era possível encontrar as marcas da destruição. 

Era pouco, mas perdeu tudo
Ainda na Ponte Dilney Chaves Cabral, no centro de Tubarão, a população se uniu em uma corrente de solidariedade para ajudar moradores de rua que dormem nas proximidades. Segundo uma síndica, que levava um cobertor na mão, um senhor que mora embaixo da ponte perdeu o pouco que tinha.

Homens da Celesc foram vistos atuando na região. Quando parecia que a energia seria restabelecida (20h), já estava escuro quando um transformador explodiu na avenida Patrício Lima. Fios de energia elétrica e telefone também estavam expostos sobre calçadas na avenida Expedicionário José Pedro Coelho, em frente Ciretran.