Tubarão 148 anos: Superar desafios é uma característica da população tubaronense

Drones Sul/Divulgação/Notisul
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Tubarão completa 148 anos de emancipação política-administrativa neste sábado. E para contar um pouco da ‘história’ do município, a equipe de reportagem do Notisul convidou o professor de história Paulo Henrique Lúcio, o professor Paulão, para explicar como surgiu o município. Ele conta que tudo começou no século 19 e perpassa o 20 e chega ao 21 enaltecendo o predicativo de uma cidade com um povo ordeiro, trabalhador e resistente. Capaz de superar desafios não só sociais, mas naturais, a exemplo da inesquecível catástrofe de 1974.

Em 27 de maio de 1870, a Assembleia Legislativa Provincial decretou, e o presidente da Província sancionou a Lei 635, que desmembrava de Laguna as freguesias de Tubarão e de Araranguá, formando assim o município de Tubarão. Na época, as lideranças  políticas lagunenses não queriam ceder e criavam empecilhos conforme despacho dado pela Câmara de Vereadores de Laguna ao presidente da Província, em que o teor argumentava que não havia conveniência de ser elevada a categoria  de vila a freguesia de Tubarão, pois não haveria ali cidadãos com qualidade necessária para assumir cargos públicos, e também não havia renda suficiente para sustentar as despesas do município. Esse imbróglio político só seria resolvido em novembro de 1890.

Vencido esse desafio, Tubarão inicia a sua história de independência estruturado em uma economia agrícola e por sua posição geográfica de caminho entre a serra e o litoral, logo passou a ser um importante ponto de comércio. Esse aspecto geográfico tinha o seu lado favorável de passagens de mercadorias e pessoas do litoral para serra e da serra para o litoral por meio do rio, porém, em contrapartida, vinha do mesmo rio o perigo das cheias.

“Somos sabedores que fazemos parte de uma bacia hidrográfica que tem pré-disposição para cheias. E a história nos mostra que foram diversas, a principal delas a de 1974, que é a mais lembrada, refletida e colocada em destaque na história de nossa cidade”, explica Paulão.

Conforme o historiador, a Cidade Azul foi o berço de índios guaranis, de lusitanos que de Laguna vieram povoar o município, trazendo consigo os africanos usados como escravos no serviço domésticos, na agricultura e nas primeiras construções. “A junção desses povos fundiu um rosto, uma cultura, cidadãos trabalhadores, ordeiros e resistentes. Capaz de vencer os dissabores sociais e catástrofes naturais. Um povo sempre pronto a recomeçar”, enaltece.

O ritmo empreendedor de seus moradores colocou a cidade como centro desenvolvimentista da região da Amurel, tornando-se polo do comércio, das primeiras indústrias, da saúde e educação. Em Tubarão está instalada a sede administração da Igreja Católica, mais precisamente a cúria diocesana, e abriga também outras administrações de credo protestantes.

É a Cidade Azul polo da saúde, local onde se situa o Hospital Nossa Senhora da Conceição, uma das maiores casas de saúde de Santa Catarina. No setor educacional é berço da Unisul, universidade de reconhecimento nacional e internacional.

Nos 148 anos de existência, a charmosa cidade cortada pela agora duplicada BR-101, local de passagem aos que buscam as delícias do litoral, ou da serra ou de águas termais, mostra-se preparada para consolidar a sua liderança de polo comercial  forte e variado, em ser um espaço de referência na saúde na variedade de suas clínicas, hospitais e, no quesito educação, consolida-se na preparação de mão de obra qualificada vindas das diversas escolas (Ifsc, Senai, Cedup) e universidades.