Transição de governos na Amurel: Sem muita conversa entre prefeitos e eleitos

Amanda Menger
Jaguaruna

A uma semana de assumirem os cargos para os quais foram eleitos, os prefeitos da Amurel, em sua maioria, desconhecem a realidade da administração municipal. E o motivo é apenas um: não há transição. Entre as cidades em que não há ‘papo’ entre o próximo e o atual prefeito, estão Jaguaruna e Capivari de Baixo. Em outras, algumas informações foram repassadas, contudo, a mais considerada mais importante, a situação dos cofres público, é uma incógnita.

Em Jaguaruna, a reunião marcada para o último dia 15 não ocorreu. Segundo a assessoria do atual prefeito, Marcos Tibúrcio (PP), a pedido do eleito, Inimar Felisbino (PMDB), o horário da reunião teria sido trocado, porém, no novo horário combinado, Inimar não compareceu. Em uma nota oficial enviada ao Notisul, Tibúrcio afirma que o processo de transição está encerrado e que a nova administração receberá toda a documentação do município no momento da posse.

Inimar rebate as críticas. “A reunião não ocorreu porque o prefeito (Tibúrcio) mudou o horário. O que nos preocupa é o financeiro do município. Há alguns rumores de contas que não serão pagas. Mas ainda temos esperança de receber a cidade com a saúde financeira em dia”, afirma.
Tibúrcio nega a existência de problemas financeiros. “O que ficará são pendências com fornecedores que devem ser pagas nos primeiros dias de janeiro, mas isso já estava previsto no cronograma financeiro do município. Aliás, eu deixarei a prefeitura muito melhor do que quando peguei. Hoje, Jaguaruna tem negativas e pode fazer financiamentos. Temos até capacidade de endividamento, de mais de R$ 2,5 milhões”, garante.

Em Capivari de Baixo a situação é semelhante. “Não temos muitas informações. Alguns secretários atuais nos procuraram, como Márcia Cargnin, de educação, e se colocaram à disposição. Mas, da parte contábil, não temos nenhum dado”, afirma o vice-prefeito eleito, Nivaldo de Sousa (PMDB).
Segundo Nivaldo, a frota da secretaria de obras da prefeitura está em situação precária, assim como os postos de saúde. “Queremos, já nos primeiros dias, fazer os postos voltarem a funcionar, eles fecharam no dia 19. Já o Pronto-Atendimento, queremos que volte a ser 24 horas, mas, para isso ocorra, talvez seja necessário uma reforma no prédio”, adianta. O prefeito Moacir Rabelo (PP) foi procurado pela reportagem do Notisul, mas não quis se manifestar sobre o assunto.

Faltam dados financeiros em quatro municípios

Se a transição de governos é inexistente em Jaguaruna e Capivari de Baixo, em outros quatro municípios da Amurel, ocorreram até algumas conversas e entregas de documentos, porém, a informação considerada mais importante não foi repassada: a situação das finanças.
Este é o caso de São Martinho. “Nós conversamos com o prefeito José Schotten (PP). Ele foi muito cordial, educado, repassou dados sobre a legislação municipal, mas a parte financeira só teremos conhecimento na quarta-feira, dia 31”, revela a única mulher eleita a prefeita da Amurel, Leonete Back Loffi (DEM).

Sem conhecer a realidade em que pegará o município, Leonete traça uma nova estratégia. “Vamos estudar a estrutura administrativa, nos 100 primeiros dias, mas já temos algumas ações previstas, como a criação de uma banda municipal”, adianta.
As informações financeiras também não foram repassadas em Grão-Pará. E a preocupação com o município reflete-se até no horário da posse: às 8 horas do dia 1º. “O prefeito Amilton Ascari (DEM) foi muito cordial, repassou informações, mas, até agora, a parte financeira é uma incógnita. Se tiver problemas, vamos colocar a casa em dia”, garante.

A transição também é complicada em Armazém. “Praticamente não temos informações sobre o município. Nos prometeram repassar os dados no dia 31”, revela o presidente do PSDB no município, Francisco dos Santos Silva. O prefeito eleito, Jaime Wesing (PSDB), viajou para o oeste e só retorna na próxima semana.
O clima é mais ameno em Pedras Grandes. O prefeito eleito Antonio Felippe Sobrinho, o Tonho (PMDB), chegou a conversar com o atual prefeito, Romário Ghisi (PP) sobre problemas encontrados. “Cinco máquinas da secretaria de obras da prefeitura estavam sem os pneus e combustível. Romário comprometeu-se a entregar tudo em dia e iremos cobrar isso”, afirma.