Tempestade de raios: Fenômeno assusta

Zahyra Mattar
Tubarão

Quem foi dormir mais tarde ontem deve ter ficado um pouco com medo da intensa chuva que caiu sobre a região, acompanhada de trovões, raios e rajadas de vento que chegaram até 60 quilômetros por hora.

Hoje, primeiro dia da primavera, este fenômeno também deve ocorrer. Pela previsão do setor de meteorologia da Epagri/Ciram, a chuva deve ser tão intensa quanto à de ontem e também com muitos raios e ventos fortes.
O Brasil é hoje o campeão mundial de raios. São contabilizadas pelo menos 50 milhões de descargas atmosféricas por ano no país. Conforme estudos do Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), nos últimos dez anos este índice subiu 18%.

A tendência é que este percentual aumente ainda mais nos próximos anos. Esta alta incidência já é suficiente para o país registrar, em média, 100 mortes por ano e um prejuízo de R$ 1 bilhão. Santa Catarina é um dos estado que está na rota dos raios. O que poucos sabem é que a Amurel e a Amesg são as regiões “preferidas” do fenômeno. As pesquisas do Inpe são feitas a cada biênio. O último abrange os anos de 2007-2008 (veja no quadro).

Dos 293 municípios catarinenses, os da região são os que estão mais em cima no ranking de incidência de raios. Dos dez primeiros colocados, quatro são daqui: Treze de Maio, Sangão, Pedras Grandes e Grão-Pará.
São Martinho é a 12ª cidade a ter mais registros. Tubarão a 15ª de Santa Catarina. A que menos observa a ocorrência do fenômeno é Garopaba. O município está na 256ª posição no ranking.

Nenhum problema é registrado
Apesar do susto, a tempestade de raios e chuvas fortes de ontem não ocasionou nenhuma ocorrência grave na Amurel ou Amesg. As redes elétricas da Celesc e cooperativas também amanheceram intactas. Mesmo com os transtornos da chuva, um setor da economia comemora a água, que só deve parar no fim de semana. O segmento agrícola registrava perdas devido à estiagem, comum nesta estação do ano. Neste ano, porém, a falta de chuva está acentuada porque o mundo vive sob a ocorrência do fenômeno La Niña, cuja característica é justamente a diminuição da precipitação pluviométrica.