Série Rio Tubarão: Problemas já foram diagnosticados

Zahyra Mattar
Tubarão

Carvão, esgoto doméstico, dejetos de suínos, rizicultura, destruição da mata ciliar, falta de tratamento dos efluentes. Todas estas questões, apontadas pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Tubarão e Complexo Lagunar, são velhos conhecidos da população. Não é de hoje as atividades econômicas que causam maior impacto ambiental na bacia hidrográfica são pesquisadas. Também não começou ontem o trabalho de conscientização, por exemplo, das carboníferas, rizicultores e suinocultores, para que atentem às questões ambientais e façam a exploração de suas atividades de forma responsável.

Dentro deste mote, a relação meio ambiente, indústria e consumidor modificou-se. Hoje, a população está mais atenta e busca empresas que seja ambientalmente responsáveis. “Não há mais como fugir. O empresário passou anos fazendo de conta de que isso não ocorreria. Hoje, pagamos um preço. Além do investimento ser maior – nunca foi feito no passado – existe a cobrança da lei, do próprio consumidor”, concorda o coordenador da câmara técnica da suinocultura do comitê do Rio Tubarão, Adir Engel.

A mudança da própria lei é um passo largo, mas que o país precisa dar. O Código Sanitário, por exemplo, é de 1983. Está mais que ultrapassado. A falta de cobrança do poder municipal – e não leia exclusivamente o de Tubarão, mas o catarinense – trouxe uma realidade complicada: o estado tem apenas 13% da população atendida por rede de esgoto sanitário.

Os agrotóxicos, anteriormente despejados diretamente nos rios, hoje são motivo de discussões que visam buscar soluções mais adequadas e responsáveis. Seja qual for a área, a busca de todos por esta responsabilidade, escondida em uma gaveta por muitos anos, é necessária e fundamental para que haja perspectiva de futuro. O alerta foi dado há anos. A mudança, no entanto, não cabe somente a rizicultores, suinocultores, carboníferas, poder público, mas a todos os cidadãos.