Qualquer um pode acionar o DPVAT

Mais de 60% das indenizações no ano passado foram pagas a vítimas de acidentes que envolviam motos.
Mais de 60% das indenizações no ano passado foram pagas a vítimas de acidentes que envolviam motos.

Karen Novochadlo
Tubarão

O eletricista Regis Gonçalves Custódio, 21 anos, sofreu um acidente de moto em 2009. Além de fraturar o joelho, também precisou ficar vários dias hospitalizado em Tubarão. Os custos médicos, inclusive de fisioterapia, foram saldados pelo seguro obrigatório DPVAT. No ano passado, foram pagos mais de R$ 252 mil em indenizações a vítimas de acidentes de trânsito em todo o Brasil.

Qualquer pessoa vítima de acidente de trânsito que envolva veículos automotores pode solicitar o auxílio do DPVAT. Vale para motoristas, caroneiros e inclusive pedestres. O recurso pode ser utilizado para reembolsar despesas médicas e hospitalares, como remédios, cirurgias e outros tratamentos. Contudo, existe um teto para despesas, no valor de R$ 2,7 mil, que pode variar de acordo com os custos médicos.

O seguro também indeniza os familiares de quem morre ou casos de invalidez permanente, com a quantia de R$ 13,5 mil. O supervisor da 5ª Ciretran em Tubarão, Alexsandro da Silva, reforça que o próprio acidentado pode requisitar o benefício. “Pode-se entrar em contato com a uma seguradora consorciada. Ou preencher um formulário no site (www.dpvatseguro.com.br)”, explica.

É necessário apresentar o boletim de ocorrência do acidente. E também as notas fiscais dos tratamentos de saúde e resultados da perícia, realizada pela seguradora. Quando precisar do seguro, a vítima deve arcar com as despesas e posteriormente solicitar o reembolso.
Em caso de acidentes graves, quando não há como pagar os custos, deve-se entrar em contato com a direção do hospital para requisitar um perito. Não é necessário o uso de intermediadores.

Motociclistas são os que mais utilizam
O valor do seguro DPVAT é pago quando o documento do automóvel é renovado anualmente. O custo é maior para motocicletas (R$ 279,27) do que para carros (R$101,16). Mais de 60% das indenizações no ano passado foram pagas a vítimas de acidentes que envolviam motos. Entretanto, as motos representam apenas 26,38% da frota nacional. Os motociclistas também lideram as estatísticas de invalidez permanente e de reembolso de despesas de assistência médico-hospitalar.

Do total arrecadado pelo DPVAT:
♦ 44% são destinados ao pagamento de indenizações e para a formação de reservas;
♦ 4% são destinados para custear despesas gerais de operação do seguro, tais como processamento de dados, pagamento de pessoal, dentre outros;
♦ 2% são a margem de resultado das seguradoras;
♦ 45% são repassados ao Sistema Único de Saúde (SUS), para custeio do atendimento médico-hospitalar às vítimas de acidentes de trânsito em todo país;
♦ 5% são repassados ao Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), para aplicação exclusiva em programas destinados à prevenção de acidentes de trânsito.