Prefeitura de Tubarão: PDT pode deixar o governo

Amanda Menger
Tubarão

A executiva do PDT em Tubarão se reunirá hoje para um almoço. O prato do dia? A possibilidade do partido deixar o governo municipal. O encontro foi solicitado por integrantes da cúpula ao presidente da sigla, Ronério Cardoso Manoel. Eles estariam insatisfeitos com a distribuição dos cargos.

O descontentamento ficou evidente na última sessão da câmara, segunda-feira à noite. O vereador Edson Firmino (PDT) apresentou um requerimento pedindo ao prefeito, Dr. Manoel Bertoncini (PSDB), que informe o número de cargos comissionadas na prefeitura e se a cota de cargos destinados ao PDT, conforme acordo político pré-estabelecido, serão confirmados, ou se os mesmos já foram preenchidos. “Estou descontente com o governo, há uma insatisfação por parte do partido. Não quer dizer sairemos, mas há essa possibilidade”, afirmou Edson.

O presidente do diretório municipal do PDT, Ronério Cardoso, pediu cautela aos companheiros. “Não está fácil ter contato com o prefeito, muito em virtude dos problemas de saúde dele, mas também há pessoas blindando o prefeito”, queixa-se Ronério. A reclamação encontra eco na entrevista do presidente microrregional da juventude do PP, Laércio Menegaz Júnior, ao colunista Cristiano Carrador. Ele disse: “Nós e outros partidos não temos retorno de atendimento e encaminhamentos em função da blindagem feita ao prefeito”.

A eleição da mesa diretora da câmara ainda repercute. “Há acordos partidários que não se cumpriram. Um exemplo foi a eleição da câmara, em que fomos publicamente traídos. O prefeito nos consolou e disse que não ficaríamos fora, que teríamos espaço, porque fomos importantes na eleição deles. Mas até o momento o PDT só indicou os três secretários: de cultura, esporte e turismo; indústria e comércio; e planejamento. Eu confio na palavra do prefeito, conheço ele há oito anos e nunca me decepcionou”, tranquiliza Ronério.

Sessões longas e tensas

Quem acompanha as sessões do legislativo tubaronense precisa ter paciência. As discussões dos vereadores têm sido tensas e longas. A de segunda-feira começou por volta das 19 horas e terminou quase meia-noite. Entre os motivos, está o grande volume de requerimentos e os debates a respeito dessas proposições.
A mesa diretora da câmara resolveu seguir à risca o que determina o regimento interno da casa. Os vereadores têm 15 minutos cada um para apresentar requerimentos, dez minutos para apresentar destaques. Além disso, são mais 15 minutos para cada um no grande expediente e outros cinco para explicações pessoais. Isso para sessões que não há discussões de projetos de lei (estes debates podem ser realizados depois dos destaques, antes do grande expediente).

Para o presidente da casa, João Fernandes (PSDB), os vereadores querem mostrar trabalho. “Vejo essas discussões como algo positivo. O público também tem comparecido em massa às sessões e cobra dos vereadores, que, por sua vez, também têm se dedicado e apresentado requerimentos”, avalia João.
O vereador Dionísio Bressan Lemos (PP) diz que há a possibilidade da sessão voltar para 18 horas. “Apresentarei na próxima sessão (de amanhã) a sugestão para limitar o número de requerimentos por vereador e também o tempo da sessão, de até três horas, e só passar disso se o assunto for muito importante”, propõe. Segundo Dionísio, as mudanças podem ser feitas em comum acordo, sem necessidade de mudar o regimento interno.