Praias escondem vida animal e ciência

Se o animal está muito debilitado, a garantia de salvá-lo nem sempre é possível -  Foto:Divulgação/Notisul
Se o animal está muito debilitado, a garantia de salvá-lo nem sempre é possível - Foto:Divulgação/Notisul

Laguna

Os dados oficiais não estão prontos, mas, com uma faixa de litoral que abrange três estados brasileiros, o programa de monitoramento de praias tem milhares de animais salvos e alguns muito raros, como o cachalote pigmeu, encontrado em Laguna, pela equipe da Udesc. Na orientação, o professor Pedro Volkmer de Castilho destaca a surpresa do achado praticamente inédito. “Em 30 anos de pesquisa em Santa Catarina é a primeira fêmea com feto encontrado”, valoriza.

O professor Pedro, que tem formação em biologia e 17 anos de experiência, conta que algumas vezes a população leva ao grupo o conhecimento dos animais por meio do número 0800-6423341. O mais comum no trecho de 50 quilômetros, entre a praia do Luz, em Imbituba, aos molhes em Laguna, que é a área de responsabilidade da universidade, é o aparecimento de tartarugas, pinguins, toninha (mamífero) e o gaivotão (ave). 

Quando o bicho está muito debilitado, nem sempre é possível garantir o salvamento. Os exemplares mortos passam por diagnóstico detalhado para identificar as causas. “Percebemos uma evidente relação da mortalidade de tartarugas associadas à ingestão de lixo, a mortalidade de toninhas associada à interação com artes de pesca e de aves associadas a mudanças climáticas”, analisa.

Após o resgate, as tartarugas vivas, por exemplo, vão para tratamento no projeto Tamar, que fica em Florianópolis. Também na capital, há ainda outro centro que se especializou em cuidar de golfinhos e lobos-marinhos, o R3 Animal. 

O projeto tem 12 instituições parceiras e atua devidamente autorizado por licenciamento ambiental. Segundo Pedro, a Univali, de Itajai, coordenadora dos monitoramentos, trabalha na conclusão do relatório do primeiro ano de atividade.

Como você pode ajudar?
•Mantenha distância do animal;
•Não toque, capture ou alimente os animais;
•Não tente recolocá-los na água sem orientação de pessoal qualificado;
•Lembre-se de que alguns animais marinhos, como as focas, estão apenas descansando e podem permanecer por três a quatro dias na mesma praia.

Para quem telefonar?
•Polícia Ambiental de Laguna – (48) 3644-1728
•APA da Baleia Franca – (48) 3255-0735
•R3 Animal – (48) 9911-6866
•Projeto Tamar – (48) 9149-7439
•Projeto Baleia Franca – (48) 3255-2922

Tartaruga é encontrada morta
O mais recente animal morto na região foi encontrado no dia 5 deste mês na praia do Cardoso. A ocorrência provocou reações diversas nas redes sociais. O animal já estava com marcas de picadas de gaivota ou urubu, segundo um morador. “Sempre tem comentários sobre redes de pescadores, mas esses animais também morrem de velhice”, retrucou outro.