População de Braço do Norte não quer o presídio

Bertoldo Weber
Braço do Norte

A declaração do candidato a prefeito em Braço do Norte Ademir Matos (PMDB), em entrevista ao Notisul na edição do último fim de semana, ainda é o assunto mais comentado no Vale do Braço do Norte. Ele declarou que, se for eleito, terá coragem para disponibilizar um terreno para a construção do Presídio Regional em Braço do Norte.

A secretaria de desenvolvimento regional de Tubarão tenta tirar a obra do papel há mais de um ano, sem sucesso.
O assunto repercutiu tanto que foi a principal pauta da última sessão da câmara de vereadores de Braço do Norte. Na cidade, não há outro assunto que não seja a construção de um presídio no município.

O grande problema é que as populações de todas as cidades querem os seus criminosos detidos, mas recusam o investimento do estado para a construção de um nova unidade e a consequente abertura de mais vagas.
Para a presidenta da Associação Comercial Industrial do Vale do Braço do Norte (Acivale), Valneide Exterkoetter, existem obras muito mais urgentes para desenvolver o município.

“Precisamos de uma área e uma incubadora industrial, um hospital regional, o tão falado anel viário que até hoje ainda não saiu do papel. Isso sim proporcionaria desenvolvimento. Não vejo como uma obra dessas (do presídio) proporcione o crescimento que precisamos. Creio que virá mais problemas do que soluções”, opina.

Já o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Braço do Norte, Gemerson Della Giustina, acredita que existe a possibilidade de viabilizar a obra. No entanto, diz, o melhor caminho é a realização de uma audiência pública e a especificação de um local.

“Sem um presídio na região é complicado. Mas primeiro acho que deve ser avaliado o local em que (o novo prédio) seria implantado. Pode ser viável. Riscos maiores ocorriam tempos atrás, quando detentos ficavam na delegacia. Se não tem condições de fazer em Tubarão, é válido trazer (a obra) para Braço do Norte. Obviamente, desde que se tenha estrutura. Provavelmente, haverá um maior investimento na questão de segurança pública, o que não é mau negócio para Braço do Norte”, analisa.