Ponte de Congonhas: Apesar do risco, motoristas insistem

Carolina Carradore
Tubarão

Há cerca de um ano, o departamento de engenharia da secretaria de planejamento da prefeitura de Tubarão fez um alerta: a ponte de Congonhas, entre Tubarão e Jaguaruna, corre o risco iminente de cair. A avaliação veio por meio de um laudo técnico que apontou fortes defeitos na estrutura de madeira, construída há 30 anos.

De lá para cá, o secretário Nilton de Campo interditou por diversas vezes o local, fez vários alertas, chegou a registrar boletim de ocorrência por conta da passagem de veículos de forma irregular, mas de nada adiantou. “Eles retiram as barreiras e os motoristas insistem em passar por lá. Aquilo é um perigo, pode cair a qualquer momento”, declara.

Com fim de semana prolongado por conta do feriado de 7 de setembro, na próxima terça-feira, o fluxo aumenta ainda mais para as praias da região. “E esse é o meu medo. Para quem quer ir para o Camacho ou outras praias próximas, pode ‘dentro’ Tubarão, que vá ou por Jaguaruna, ou pela BR-101. Pelo caminho do bairro Congonhas, é totalmente desaconselhável”, orienta o secretário.

Condutores sabem do perigo

“Balança, mas não cai”, berra um motorista ao passar pela ponte de Congonhas, na tarde de ontem, a populares que pescavam no Rio Congonhas. De fato, não há quem não chegue a se arrepiar quando escuta os troncos de madeiras ranger e o balanço da ponte. O aposentado Severiano Silveira, 62 anos, morador da praia do Camacho, em Jaguaruna, trafega pela ponte cerca de três vezes por mês, quando precisa ir até Tubarão.

“Tenho medo dessa ponte cair, mas o caminho é mais curto e tenho que me arriscar. As autoridades precisam fazer alguma coisa urgente”, pede.
A mesma opinião tem o aposentado Emídio Marques, 61 anos. Morador do bairro Madre, em Tubarão, toda semana ele atravessa a ponte de Congonhas para pescar no rio que leva o mesmo nome. “Tenho consciência que não deveria passar por aqui. Mas até agora não caiu né”, brinca seu Emídio.

Prefeito tenta recuperar convênio

O sonho da construção de uma ponte de concreto, na divisa entre Tubarão e Jaguaruna, no bairro Congonhas, ainda deve demorar para virar realidade. O convênio com as prefeituras de Tubarão e Jaguaruna e o governo do estado foi cancelado em junho, mas o prefeito Inimar Felisbino Duarte (PMDB) ainda tenta reverter a situação. “Aquele convênio não existe mais. Agora, estou esperando passar as eleições para correr atrás”, adianta.

Inimar tem como alternativa tentar incluir a obra no orçamento da União de 2011, ou através de alguma emenda parlamentar, por meio de algum deputado da região. Os R$ 150 mil destinados pelo estado à obra foram devolvidos, e a prefeitura de Tubarão ainda espera receber a sua parte, R$ 41 mil. O convênio perdeu o prazo de validade e foi suspenso em junho.