Piso nacional: opiniões divergem

Amanda Menger
Tubarão

Há alguns anos, a Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE) reivindica um piso salarial nacional para os professores. Depois de muitas discussões e de, inclusive, receber o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o projeto avança no congresso. Quarta-feira, a comissão de finanças e tributação da câmara dos deputados aprovou a regulamentação do piso, estipulado para a rede pública de ensino em R$ 950,00.

Este mínimo valerá para a jornada de 40 horas semanais e será repassado em três parcelas até 2010. O relator do projeto, deputado Manoel Júnior (PSB), de Pernambuco, afirma que os professores, em sua maioria, recebem mais do que este valor. A comparação é feita com base na rede municipal de ensino.

Para a coordenadora regional do Sindicato dos Trabalhadores da Educação Estadual (Sinte), Maria Aparecida de Farias, a Quinha, se o projeto for aprovado, será, em partes, uma vitória da categoria. “No estado, o piso é de R$ 509,00 para 20 horas. Só que com os ‘penduricalhos’, como triênios e abono, passa do mínimo nacional. O nosso medo é que o governo use isso como justificativa para dizer que já paga o piso”, argumenta.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Educação Municipal em Tubarão e Capivari de Baixo (Sintermut), Ronaldo Campos, avalia a aprovação do projeto como um avanço. “Os professores ganham muito mal. Em Tubarão, um professor com ensino médio, 20 horas, ganha no início de carreira R$ 232,00. Com superior e 40 horas semanais, o salário fica em torno de R$ 520,00. Este novo valor seria uma grande diferença”, analisa.