Picadas podem ser fatais: O perigo tem asas

Andréa Raupp Alves
Tubarão

Quem já foi picado por uma abelha ou marimbondo sabe bem a dor da ferroada. E quem nunca foi atacado pode nem imaginar que é alérgico e pode até morrer. Nesta época do ano, é comum pessoas serem picadas apenas por passarem por perto de uma colmeia ou cachopa.
A dona de casa Cláudia Damásio Rozeng foi uma destas vítimas. A moradora do bairro São Martinho, em Tubarão, foi atacada por um enxame de marimbondos, segunda-feira. “Fui apanhar jabuticabas. No pé, tinha uma cachopa e eles me atacaram. Fui picada no peito, perto do olho e na cabeça. No total, foram nove ferroadas”, relata.

Desesperada, Cláudia tirou a roupa – que estava tomada pelos insetos -, tomou banho e foi ao hospital. “Na hora, senti muitas dores e no hospital, após ser medicada, fiquei em observação por 30 minutos. Não sou alérgica, graças a Deus, pois poderia ter sido pior”, destaca. O médico a alertou que, em casos de picada de inseto, a vítima sendo alérgica ou não, o importante é seguir para o hospital mais próximo.

No fim de semana após o Réveillon, a tubaronense Raquel Medeiros também foi picada – por abelhas – em plena beira-mar, no balneário Camacho, em Jaguaruna. Ela e alguns amigos aproveitavam o sol quando um enxame ‘invadiu’ a praia. “Todos correram para o mar e, mesmo assim, eu fui picada no braço”, relata.

O porquê dos ataques?

Os ataques de abelhas e marimbondos ocorrem principalmente durante o dia, quando os insetos estão mais ‘agitados’. “Nesta época do ano, eles estão em fase de reprodução e migração, o que os deixa ainda mais irritados”, alerta o médico veterinário da Cidasc de Tubarão, Carlos Francisco Hoffmann.
Quando a vítima é atacada, o procedimento correto é remover o ferrão, retirar o veneno (pressionando o ferimento), fazer compressa com gelo ou água com amônia e procurar o hospital mais próximo.

Para retirar os insetos, o bombeiro militar Diego Souza orienta que as pessoas nunca devem fazer sozinhas. “Nestes casos, costumamos repassar os telefones dos apicultores da nossa região, pois eles fazem uma avaliação da colmeia. Se for um enxame grande e que pode ocorrer ataques, costumamos remover os insetos à noite, por estarem mais calmos, e com auxílio de roupas especiais”, esclarece o bombeiro.

Os insetos e os venenos

As abelhas possuem um ferrão na parte posterior do corpo, onde se localiza a glândula do veneno. Este ferrão instala-se na pele da vítima depois da picada, injetando veneno. As reações à picada são muito variadas e dependem da quantidade de ferroadas, do local atingido e de a vítima ser ou não alérgica.

O médico veterinário da Cidasc de Tubarão, Carlos Francisco Hoffmann, alerta que, se a vítima for alérgica, o veneno do inseto poderá causar sérios danos à saúde, como parada cardiorrespiratória. “As pessoas com asma e alergias de pele também devem ter cuidado”, acrescenta.

Os marimbondos, ao contrário das abelhas, não deixam o ferrão dentro da pele da vítima. É pouco conhecida a composição de seu veneno, mas os sinais e sintomas são muito parecidos, podendo ser tratados da mesma forma.

Os Sintomas

Sinais e sintomas das picadas de insetos são: dor aguda no local ferroado, vermelhidão, prurido (que é a coceira) e edema por vários dias ou horas. Em alguns casos mais sérios, ocorre estado de choque grave provocado por uma profunda reação alérgica, com urticárias, inchaço de várias partes do corpo, dispneia, choque anafilático e até a morte.

Após a picada

• Comece retirando os ferrões, raspando-os com uma gilete ou lâmina. Nunca tente extrair com pinça, para evitar que se comprima à glândula onde ficam aderidos os ferrões;
• Use analgésico para aliviar a dor;
• Leve a vítima ao médico ou ao hospital.