Parceria público-privada é cogitada

Implantação da nova rede de drenagem já é feita em pelo menos dois pontos da SC-100. Os trabalhos não pararão durante a temporada de verão.
Implantação da nova rede de drenagem já é feita em pelo menos dois pontos da SC-100. Os trabalhos não pararão durante a temporada de verão.

Zahyra Mattar
Laguna

Aos poucos, o atraso gerado pela falta das licenças ambientais para continuidade das obras na SC-100, em Laguna, começam a ficar para trás. Até o mês passado, a responsável pela execução, a Setep, de Criciúma, podia apenas fazer o que é permitido com a Licença Ambiental de Instalação (LAI): a montagem do canteiro de obras e supressão da vegetação.

Agora, com tudo resolvido, quem tem oportunidade de passar pelo local já percebe a diferença. Duas frentes de trabalho atuam. Uma faz o alargamento das pistas. O serviço segue da balsa em direção ao Camacho, em Jaguaruna.
A segunda equipe está divida em dois pontos e executa a implantação da nova rede de drenagem, construção de bueiros e outras obras de arte especiais. “Por ora, parece que tem pouco movimento de máquinas e homens, mas esta é uma fase mais demorada”, pontua o secretário de desenvolvimento regional em Laguna, Christiano Lopes (PSD).
A primeira medição dos trabalhos executados até agora será feita no próximo mês. Paralelamente, as tratativas junto à Celesc e à Casan também avançaram. A estatal da energia já planeja como fará o recuo da rede elétrica. A da água irá refazer toda a rede de abastecimento.

“O avanço destes dois pontos é essencial para a continuidade dos trabalhos de pavimentação”, analisa o secretário. Na SC-100, os trabalhos não irão parar durante esta temporada de verão. Os trabalhos são feitos de forma que um lado da pista permaneça livre para a circulação de veículos.
Já a parte referente ao ramal para o Farol de Santa Marta, que será calçada com paralelepípedos, deverá começar somente em março do próximo ano, para que não inviabilize o turismo na região.

SC-100 l as obras

♦ A ordem de serviço para a pavimentação da SC-100 foi assinada no dia 19 de dezembro do ano passado. Mas, como não haviam as licenças ambientais, a execução do serviço começou somente no mês passado. A parte em asfalto compreende o trecho de 15,540 quilômetros entre a balsa, em Laguna, e o Camacho, em Jaguaruna.
♦ A obra é executada pela Construtora Setep, de Criciúma. O valor do trabalho ficou em R$ 20.929.047,40. Já a A. Mendes, de Gravatal, terá a missão de pavimentar, com paralelepípedos, os 2,280 quilômetros de acesso ao Farol de Santa Marta. O valor licitado foi de R$ 2.770.115,66. Esta parte da obra ainda não começou e não há prazo para isso.
♦ O Plano Ambiental Básico e a supervisão dos trabalhos serão feitos pela Prosul, de Palhoça. A empresa venceu as duas licitações. A primeira custará R$ 4.263.961,85 e a segunda receberá investimento de R$ 2.492.353,44.

Outros três lotes podem ser viabilizados por meio de parcerias público-privadas

A SC-100 é um dos trechos integrantes de um projeto muito antigo do governo do estado: a efetivação da chamada rodovia Interpraias. O investimento visa interligar o litoral sul catarinense por uma rodovia turística, entre Laguna e Passo de Torres, na divisa com o Rio Grande do Sul, em um trajeto de 131,7 quilômetros.
O projeto foi dividido em cinco lotes. O primeiro a ficar pronto foi o trecho 4: a estrada do Camacho, cuja inauguração ocorreu em outubro de 2009. O segundo será a parte referente a Laguna (trecho 5), que está em obras.
Para pavimentar os 130 quilômetros restantes (os outros três lotes), é previsto um investimento mínimo de R$ 219 milhões. E foi justamente a conclusão deste projeto integralmente a pauta de uma audiência pública, realizada ontem, em Florianópolis.

O encontro foi organizado pelo deputado Manoel Mota (PMDB). O investimento deve impulsionar a economia do sul, principalmente o setor turístico e o escoamento das produções agrícola e pesqueira, além de se configurar como um corredor alternativo à BR-101.
A interligação das cidades também é privilegiada, especialmente porque o relevo do sul catarinense dificulta e encarece a construção de novos acessos. Uma das soluções é a viabilização das obras por meio de parcerias público-privadas. Se isso ocorrer, é possível que seja necessária a implantação de praças de pedágio, inclusive no trecho de Jaguaruna (já concluído) e de Laguna (em obras no momento).
Para tentar viabilizar esta ação, o grupo agendará, possivelmente ainda neste ano, novas reuniões com o governador Raimundo Colombo (PSD) e com o ministro do turismo, Gastão Dias Vieira, na busca por recursos para a obra.