“Ou proíbe tudo, ou nada”

O delegado de crimes ambientais, André Luis, acredita que, assim como os jet skis, outros veículos náuticos devem receber orientações  -  Foto:Silvana Lucas/NotIsul
O delegado de crimes ambientais, André Luis, acredita que, assim como os jet skis, outros veículos náuticos devem receber orientações - Foto:Silvana Lucas/NotIsul

Letícia Matos
Tubarão

“O canal dos Molhes, em Laguna, é um lugar de navegação de entrada e saída de embarcações. Se restringir a prática de jet skis é necessário também limitar os barcos bateras e até as balsas”, afirma o delegado de crimes ambientais em Tubarão, André Luis Mendes da Silveira. O assunto polêmico veio à tona com a elaboração do plano de manejo, realizado pela Área de Proteção Ambiental (APA) da Baleia Franca, com previsão de ficar pronto em um ano e meio, e divulgado pelo Notisul na edição do fim de semana.

O chefe da unidade de conservação, Cecil Barros, afirmou que o jet ski é o veículo náutico com maior potencial de risco para os animais. “O jet ski é veloz, as manobras rápidas, e isso desnorteia os animais e traz maior risco. É preciso ter um ordenamento, não proibição. Mas haverá restrições em certos locais”, explicou. 

Porém, para o delegado, as afirmações não possuem fundamento. “Primeiramente não há registro na Polícia Ambiental de Laguna, na delegacia em Tubarão e nem no Ministério Público que declare que o jet ski faça mal aos botos.

O que temos são botos presos em redes de pesca e isso machuca e causa a morte de muitos”.

O delegado informa que o ruído do motor do veículo náutico é muito menor que o da batera e da balsa, por exemplo. “Ou proíbe tudo, ou nada. Porque nenhum faz menos mal que o outro”. Atualmente os adeptos do jet ski cumprem a lei da Marinha do Brasil. É proibido realizar manobras no canal e passar da velocidade de cinco nós – que equivale a cerca de dez quilômetros por hora.

Local específico
Representantes do governo municipal, Flama, Marinha, Polícia Ambiental, Câmara de Vereadores, Associação de Pequenas Embarcações de Laguna e clubes de jet ski da região estiveram reunidos há dois meses no gabinete do prefeito Everaldo dos Santos para definirem um local específico para embarque e desembarque de jet skis. Conforme o delegado André, Laguna possui dois locais: um é uma saída de esgoto – perto do Iate Clube – e o outro quem utilizá-lo comete crime ambiental, pois é necessário passar pelas dunas na ponta da Ilha do Iró. “Existe uma proposta tecnicamente viável aprovada pela Marinha, Corpo de Bombeiros e administração portuária”, destaca. O local fica no canal da barra e pertence ao porto. “Os órgãos oficiais também irão utilizá-lo. Acredito que o turismo será fomentado após a aprovação e finalização dos trâmites”, ressalta.

 

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