‘Nippon, arigato’

Além da abertura do mercado do Japão, a redução do ICMS, de 12% para 2%, para a comercialização de suínos vivos no mercado nacional, dará ainda mais fôlego aos produtores. Foto: Governo do estado/Divulgação/Notisul
Além da abertura do mercado do Japão, a redução do ICMS, de 12% para 2%, para a comercialização de suínos vivos no mercado nacional, dará ainda mais fôlego aos produtores. Foto: Governo do estado/Divulgação/Notisul

Zahyra Mattar
Tubarão

Demorou, houve crise, muitos produtores pensaram até em desistir, cidades que vivem da suinocultura quase decretaram situação de emergência, a exemplo de Braço do Norte, no ano passado. O esforço, a persistência e o empreendedorismo valeram a pena.

A confirmação, nesta sexta-feira, de que o mercado japonês escancarou as portas para a carne suína brasileira trouxe ânimo, boas perspectivas para toda a cadeia produtiva, para micro, pequenos, grandes empreendedores do segmento.
“Abertura do mercado japonês significa muito para nós, especialmente para o pequeno empresário, que terá chance de colocar o seu produto para circular no mercado interno. Mesmo quem não exporta será impactado positivamente”, valoriza o presidente da Associação Catarinense dos Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio Luiz de Lorenzi.

As exportações puxaram as vendas na América Latina também, especialmente porque as regras do Japão na compra de alimentos são extremamente rígidas. E quem consegue a abertura daquele mercado é bem visto por qualquer outro país. O olho cresce em direção à União Europeia, Ucrânia e Coreia do Sul.

Somado a isso, a adesão de Santa Catarina ao Sistema Único de Atenção à Sanidade Agropecuária (Suasa), do Ministério do Desenvolvimento Agrário, beneficiará toda a região do Vale e os pequenos produtores do oeste, por exemplo.
“Qualquer frigorífico poderá exportar para o país inteiro. Os pequenos produtores ganharão muito com isso. E a nossa região será diretamente impactada, pois aqui o foco é a agricultura familiar. Acredito que pela primeira vez vemos uma luz de sair da crise e voltar a tornar a suinocultura lucrativa”, comemora Lorenzi.

Motivos para comemorar
Para Santa Catarina, a abertura de um mercado do porte do Japão é o reconhecimento de uma batalho travada há cinco décadas. Por quase 50 anos o estado investe em procedimentos que garantam a saúde dos rebanhos e a qualidade da carne que produzem. O Japão é a terceira maior economia do mundo, com 128 milhões de habitantes e que importa 60% dos alimentos. O consumo médio de carne suína é de 20 quilos por ano.