Mudança na regra não diminui ritmo das obras

O empreendimento Campanille, de responsabilidade da construtora Camilo & Ghisi, de Tubarão, é feito por meio do Minha Casa, Minha Vida. Todas as 60 unidades foram vendidas rapidamente.
O empreendimento Campanille, de responsabilidade da construtora Camilo & Ghisi, de Tubarão, é feito por meio do Minha Casa, Minha Vida. Todas as 60 unidades foram vendidas rapidamente.

Karen Novochadlo
Tubarão

Hoje estão em construção aproximadamente 450 apartamentos em Tubarão. Todos são financiados pelo programa Minha Casa, Minha Vida, do governo federal. Este número é bastante expressivo, principalmente porque o município tem um déficit de três mil residências, conforme dados da secretaria de assistência social da prefeitura.

No ano passado, o Minha Casa, Minha Vida foi responsável por um boom econômico nos setores da construção civil e imobiliário. Neste, com a alteração de algumas regras, muitas empresas repensam projetos, especialmente aqueles isolados, ou seja, que não são conjuntos habitacionais ou condomínios.
Uma das mudanças diz respeito aos locais para a construção dos imóveis. Entre as novas regras, a mais polêmica é que agora só poderão ocorrer obras financiadas pelo programa em ruas pavimentadas e loteamentos devidamente estruturados.

Conforme o superintendente da regional de construção civil da região sul da Caixa Econômica Federal, Altamir Durlli, o motivo principal é oferecer boa estrutura aos futuros moradores. “Queremos elevar as qualificações dos imóveis e oferecer locais com melhores acessos”, reforça.
Quem perde com a nova regra? As pessoas físicas que pretendem financiar a casa própria isoladamente, ou seja, sem intermédio de construtoras. Atualmente, em Tubarão, existem 50 novos domicílios financiados para pessoas físicas.

A maioria das casas são erguidas em ruas não pavimentadas ou em locais afastados, ainda sem infraestrutura adequada. Um dos principais motivos é baixo valor do terreno. Entre as construtoras da cidade, a nova regra não foi motivo de prejuízo. Isto porque grande parte dos empreendimentos são edificados em locais estruturados.

7 mil
é o número de unidades de habitação construídas nas regiões de Tubarão, Laguna, Imbituba, Criciúma e Araranguá entre setembro de 2009 e dezembro do ano passado pelo programa.

Construtoras apostam no programa
Para a construtora Camilo & Ghisi, de Tubarão, as mudanças no programa Minha Casa, Minha Vida, do governo federal, não interferem no cronograma de obras da empresa para este ano. Inclusive, já está programada para o município a construção de quatro blocos de moradias. “O programa continua uma boa aposta”, confirma um dos sócios-proprietários da empresa, Silvio Ghisi.

Na Cidade Azul o teto para a aquisição de moradias por meio do programa federal aumentou para R$ 130 mil. “Isso significa que é possível oferecer imóveis melhores estruturados”, completa Leandro Camilo, também o sócio-proprietário da construtora.

Tamanho das cidades x teto das construções

O teto para o financiamento de moradias muda de acordo com o número de habitantes do município

Cidades                                                                              Valor da moradia
Até 50 mil habitantes                                                        R$ 80 mil
A partir de 50 mil até 250 mil habitantes                      R$ 100 mil
Acima de 250 mil e regiões metropolitanas                R$ 130 mil
Entre 280 mil e 1 milhão de habitantes e capitais      R$ 150 mil