Karen Novochadlo
Tubarão
Hoje estão em construção aproximadamente 450 apartamentos em Tubarão. Todos são financiados pelo programa Minha Casa, Minha Vida, do governo federal. Este número é bastante expressivo, principalmente porque o município tem um déficit de três mil residências, conforme dados da secretaria de assistência social da prefeitura.
No ano passado, o Minha Casa, Minha Vida foi responsável por um boom econômico nos setores da construção civil e imobiliário. Neste, com a alteração de algumas regras, muitas empresas repensam projetos, especialmente aqueles isolados, ou seja, que não são conjuntos habitacionais ou condomínios.
Uma das mudanças diz respeito aos locais para a construção dos imóveis. Entre as novas regras, a mais polêmica é que agora só poderão ocorrer obras financiadas pelo programa em ruas pavimentadas e loteamentos devidamente estruturados.
Conforme o superintendente da regional de construção civil da região sul da Caixa Econômica Federal, Altamir Durlli, o motivo principal é oferecer boa estrutura aos futuros moradores. “Queremos elevar as qualificações dos imóveis e oferecer locais com melhores acessos”, reforça.
Quem perde com a nova regra? As pessoas físicas que pretendem financiar a casa própria isoladamente, ou seja, sem intermédio de construtoras. Atualmente, em Tubarão, existem 50 novos domicílios financiados para pessoas físicas.
A maioria das casas são erguidas em ruas não pavimentadas ou em locais afastados, ainda sem infraestrutura adequada. Um dos principais motivos é baixo valor do terreno. Entre as construtoras da cidade, a nova regra não foi motivo de prejuízo. Isto porque grande parte dos empreendimentos são edificados em locais estruturados.
7 mil
é o número de unidades de habitação construídas nas regiões de Tubarão, Laguna, Imbituba, Criciúma e Araranguá entre setembro de 2009 e dezembro do ano passado pelo programa.
Construtoras apostam no programa
Para a construtora Camilo & Ghisi, de Tubarão, as mudanças no programa Minha Casa, Minha Vida, do governo federal, não interferem no cronograma de obras da empresa para este ano. Inclusive, já está programada para o município a construção de quatro blocos de moradias. “O programa continua uma boa aposta”, confirma um dos sócios-proprietários da empresa, Silvio Ghisi.
Na Cidade Azul o teto para a aquisição de moradias por meio do programa federal aumentou para R$ 130 mil. “Isso significa que é possível oferecer imóveis melhores estruturados”, completa Leandro Camilo, também o sócio-proprietário da construtora.
Tamanho das cidades x teto das construções
O teto para o financiamento de moradias muda de acordo com o número de habitantes do município
Cidades Valor da moradia
Até 50 mil habitantes R$ 80 mil
A partir de 50 mil até 250 mil habitantes R$ 100 mil
Acima de 250 mil e regiões metropolitanas R$ 130 mil
Entre 280 mil e 1 milhão de habitantes e capitais R$ 150 mil