Greve: Bancos cedem e voltam a negociar

Zahyra Mattar
Tubarão

Após nove dias de paralisação, os bancos resolveram ceder à pressão imposta pelos trabalhadores e anunciaram nesta sexta-feira à noite a abertura dos canais de negociação. A rede privada promove o debate neste sábado, às 11 horas, em São Paulo.

A rede pública (Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil/Besc) retoma o diálogo segunda-feira, às 10 horas, também na capital paulista. Ainda na sexta-feira, a rede privada aderiu ao movimento nacional.

Com isso, a base do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários de Tubarão e Região (SEEBTR) contabiliza 95% das agências fechadas. Das 45 agências da região, apenas as agências do Bradesco de Orleans, Braço do Norte e Lauro Müller tiveram expediente. Todas as outras fecharam as portas.

“Os bancários mostram a força de sua mobilização. Esta é a greve mais forte dos últimos 20 anos. São 8.280 agências fechadas no país”, valoriza o presidente do SEEBTR, Armando Machado Filho.

As partes negociam desde agosto, data-base da categoria. Contudo, ainda não chegaram a um acordo em relação, principalmente, ao índice de reajuste salarial. No ano passado, a categoria ficou 29 dias em greve.

Reivindicações
• Reajuste salarial de 11% (os bancos ofereceram 4,29%, o mesmo indicador do INPC, o mais baixo. O percentual fica abaixo da inflação (4,49%).
• Maior Participação nos Lucros e Resultados (PLR).
• Medidas de proteção à saúde.
• Garantia de emprego e mais contratações.
• Maior segurança contra assaltos.

Municípios onde há agências fechadas:
Armazém, Braço do Norte, Capivari de Baixo, Grão-Pará, Gravatal, Jaguaruna, Lauro Müller, Orleans, Pedras Grandes, Rio Fortuna, Santa Rosa de Lima, São Ludgero, São Martinho, Sangão, Treze de Maio e Tubarão.

Greve cria divisão na Fenaban

A greve nacional dos bancários provocou uma divisão na representação da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). De um lado, os bancos públicos, os mais afetados pela paralisação, têm pressa de chegar a um acordo que atenda os anseios dos trabalhadores, enquanto os bancos privados resistem.

Só que as negociações ocorrem em uma mesa única que define as mesmas cláusulas econômicas tanto para os bancos públicos quanto para os privados. O pior para os bancos públicos é que as greves no setor costumam ser mais fortes e mais longas.

Uma das explicações para o fenômeno é que, no setor privado, os dias parados são descontados dos salários e o medo do desemprego é mais presente. Já os servidores públicos, têm estabilidade e os dias parados acabam sendo compensados.