Geração de empregos: Laguna tem índice negativo

Amanda Menger
Tubarão

Os índices de empregos no estado caíram em novembro. Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) apontam que foram criados 3,8 mil vagas formais em Santa Catarina. O índice é 71,4% menor do que o registrado em novembro de 2007. Este é também o resultado mais baixo dos últimos dez anos no estado. Das três cidades da Amurel que enviam dados para o Caged, Laguna é a que tem o pior resultado. Em novembro, o mercado de trabalho na Cidade Juliana encolheu: 76 vagas foram fechadas. O setor que mais demitiu foi o comércio, com 38 postos. Em segundo lugar, foi a agropecuária, com menos 28 empregos.

De janeiro a novembro deste ano, o saldo também é negativo, 126 postos de trabalho foram fechados. No ano, o setor que mais demitiu foi o de serviços, 87, seguido por comércio, com menos 67 trabalhadores. Nos últimos 12 meses, de novembro de 2007 a novembro de 2008, o saldo é positivo: 51 empregos, e o setor que mais criou postos foi o comércio.

Para o secretário de desenvolvimento econômico da prefeitura de Laguna, Natanael Wisintaener, a realidade do município é diferente. “Tivemos indústrias se instalando no município e gerando empregos também indiretos. Pelas nossas estimativas, Laguna gerou 17% mais vagas do que a Amurel”, garante o secretário.
Em 2009, a expectativa é um incremento de 300 postos. “Temos alguns contatos com indústrias que se mostraram interessadas em se instalar em Laguna. Além disso, temos os empregos temporários devido ao verão. Muitos só entrarão na estatística de dezembro, porque as contratações ocorreram no início do mês”, observa Natanael.

Tubarão ‘caminha’ na
contramão do estado

As estatísticas da geração de empregos em Santa Catarina foi considerada negativa em dezembro. Em Tubarão, a situação é diferente. Em novembro de 2007, foram gerados 162 postos de trabalho. Neste ano, foram 292. A variação é positiva: 80%. O setor que mais gerou empregos foi o de comércio. Em 2007, foram 80 vagas e, neste ano, 154.

“Uma boa parte destas contratações em novembro é de empregos temporários para atuar nas vendas de fim de ano. Fizemos um levantamento preliminar com os comerciantes e apontava 25% de incremento nas contratações. A expectativa é que uma boa parte deles seja efetivada”, observa o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Walmor Jung Júnior.

O saldo de empregos é positivo no ano: 2.033 postos. Até novembro, o Sine de Tubarão registrou 16.732 admissões e 14.699 demissões. No acumulado do ano, o setor de serviços foi o que mais gerou empregos: 705; seguido pela administração pública, com 603; comércio, com 530; e indústria, com 151 postos de trabalho.
Já as demissões, ocorreram mais nos serviços industriais e utilidade pública, um total de 29. Ainda em novembro, o setor que mais encolheu foi o de construção civil, que demitiu 68 trabalhadores e contratou outros 66.

Geração de empregos cresce em Imbituba

A criação de novos postos de trabalho em Imbituba é positiva. Em novembro, foram 56 vagas a mais, um salto comparado a novembro de 2007, quando foram criados 15 empregos. O setor que mais contribuiu com o resultado foi o comércio, com 27 novas vagas, seguido por serviços, com 39.

De janeiro a novembro, o saldo também é positivo. Foram criados 126 empregos, com destaque para a indústria, com 79 vagas. A área que teve redução de trabalhadores foi serviços, com menos 33 postos. No acumulado de 12 meses, entre novembro do ano passado e o mesmo mês de 2008, o resultado é positivo: 21 empregos.
No período, a administração pública foi a que mais demitiu: 148, seguida pela construção civil, com menos 20 vagas. O que mais admitiu foi a indústria, com 84, e o comércio em segundo lugar, com 40.

Para o prefeito José Roberto Martins (PSDB), o Beto, o bom desempenho do município faz parte do planejamento. “É fruto de um trabalho realizado há mais de três anos. Em 2009 e nos próximos anos, a expectativa é de um crescimento ainda maior e em diversos setores, principalmente devido à revitalização do porto”, analisa.
Segundo o prefeito, com o investimento inicial da Santos Brasil, de R$ 120 milhões para a concessão do terminal de contêineres, foram injetados na economia do município R$ 15 milhões em pagamento de dívidas trabalhistas.

“Isso movimenta a economia, são mais empregos no comércio, na construção civil, só com o ‘saneamento’ das dívidas do porto. Em breve, devem começar as obras de construção de um novo berço no porto, um investimento de R$ 120 milhões e centenas de empregos diretos e indiretos”, adianta Beto.

Com os problemas no porto de Itajaí – que ficou destruído com as chuvas em novembro – muitas empresas transferiram as atividades para Imbituba. “Tínhamos uma movimentação de 600 contêineres por mês e agora estamos em quatro mil. A tendência é de crescimento. Nos próximos cinco anos, a estimativa é que movimente 30 mil contêineres por mês e isso representa mais empregos”, comemora o prefeito reeleito.

Número de empregos criados
Município Novembro No ano
Tubarão 292 2.033
Laguna -76 -126
Imbituba 56 126