Falta de gás natural: Alternativa para o abastecimento

Tatiana Dornelles
Tubarão

Enquanto o fornecimento de gás natural através do gasoduto não volta ao normal no sul de Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, o que deve levar cerca de 12 dias, os motoristas estão ‘desesperados’ com os gastos que têm com outros combustíveis, como gasolina e álcool, por exemplo.

Ontem, uma imensa fila foi formada nas duas entradas de um dos estabelecimentos da Rede de Postos A. Nunes, em Tubarão. Tudo porque a rede resolveu disponibilizar o gás natural comprimido (GNC), em caráter emergencial, aos consumidores. Os abastecimentos ocorrem diretamente no caminhão que transporta o gás natural. Ontem, alguns motoristas ficaram de uma a duas horas na fila.

Devido à logística necessária para que o produto chegasse ao consumidor, o preço do GNC está um pouco mais elevado do que o GNV: R$ 1,89 por metro cúbico. Para a empresa, os custos chegam a R$ 0,80 por metro cúbico. Contudo, o preço final (que vai para o consumidor) teve um acréscimo de apenas R$ 0,23 por metro cúbico. O GNC deve ser disponibilizado em Tubarão pelo A. Nunes até o restabelecimento do fornecimento de GNV através da SCGás pelo sistema de gasodutos. Depois da normalização, os preços serão automaticamente reduzidos aos patamares anteriores.

Somente na região, cerca de cinco mil veículos são convertidos para GNV. Em Tubarão, são 2.943 carros a gás. Nas outras cidades da região, 518 veículos são de Capivari de Baixo; 195 de Gravatal; 122 de Armazém; 333 em Jaguaruna e 420 em Braço do Norte. Nas outras cidades da Amurel, o número gira em torno de 190 para cada município. Algumas empresas que usam gás natural também foram prejudicadas.

O que ocorreu?
O fornecimento de gás em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul ficou comprometido após a explosão no gasoduto em Gaspar, dia 23, em decorrência das fortes chuvas. As obras haviam sido suspensas por motivo de segurança, mas foram retomadas ontem.
A empresa TBG, responsável pelo gasoduto, apresentou um plano de contingência especial para garantir a integridade física dos trabalhadores na obra. A Defesa Civil coordenará a segurança da obra e fará acompanhamento até o fim. Quarenta pessoas trabalharão nos reparos.

Dados
O número de mortos com as enchentes no norte do estado subiu: 117. Trinta e duas pessoas estão desaparecidas, 8.089 desabrigadas e 27.236 desalojadas.

Integrantes do Exército de Tubarão irão para Blumenau

Amanda Menger
Tubarão

Sábado, às 6h30min um grupo de 45 militares da 3ª Companhia do 63º Batalhão de Infantaria do Exército em Tubarão seguirá para Blumenau. Eles passarão a integrar a força-tarefa que auxilia as vítimas das enchentes no norte de Santa Catarina.
Amanhã, outros 60 militares sediados em Florianópolis irão para o Vale do Itajaí. De Criciúma, também partiu ontem um grupo com 105 homens. A ‘missão’ deles é fazer a guarda nos abrigos e ainda ajudar na distribuição dos donativos. “Vamos nos unir aos outros militares do Exército que estão trabalhando desde o dia 23 de novembro.

Ajudaremos no que for preciso, resgatando pessoas, se necessário, fazendo guarda nos abrigos, na triagem das doações, levando para as comunidades o que for arrecadado. O Exército é a mão amiga”, afirma o comandante da 3ª Cia, major Paulo Henrique Corrêa dos Santos.
O grupo permanecerá em Blumenau por uma semana (retorna no dia 13). Uma outra equipe seguirá para o norte no dia 26 e voltará no dia 2 de janeiro. “Até que a situação esteja resolvida, haverá um revezamento de militares. O importante é auxiliar o próximo”, destaca o major.

Nesta primeira ‘leva’, seguem os militares há mais tempo em serviço. O objetivo é passar tranquilidade à população, por isso, a experiência dos oficiais, sargentos, cabos e soldados foi levada em conta. Um dos integrantes do grupo é o relações públicas da 3ª Cia, subtenente Elói Marins. Há 20 anos no Exército, o subtenente passou por uma situação semelhante. Ele ficou desabrigado após um vendaval que atingiu Cascável, no Paraná, em 1997. “O vento levou parte da minha residência, na vila do Exército. Entendo o que estas pessoas estão sentindo. É muito triste ver a sua casa destruída”, conta Marins.

Outros exemplos
Policiais militares da 8ª Região de Polícia Militar (8ªRPM) e bombeiros voluntários de Jaguaruna também participam da força-tarefa que auxilia as vítimas de enchentes no Vale do Itajaí.
Uma equipe do Corpo de Bombeiros Voluntários de Jaguaruna partiu para Ilhota na última quarta-feira. Eles participaram do resgate de vítimas da cheia e também do desmoronamento no morro do Baú. O grupo de sete bombeiros efetuou o resgate de 11 pessoas que estavam perdidas e ilhadas, e de três corpos encontrados soterrados. A equipe retornou sexta-feira, quando as buscas foram encerradas devido à forte chuva que ainda caía no Vale do Itajaí.

Na segunda-feira, 43 policiais militares seguiram para o norte. De Tubarão, foram 15 policiais; de Treze de Maio um; de Pedras Grandes três; de Capivari de Baixo quatro; de Braço do Norte nove; de Imbituba cinco; e dois de Laguna, de onde uma equipe do Pelotão de Patrulhamento Tático partiu na última semana.