Estrutura operacional: Defesa Civil deve apresentar proposta

Amanda Menger
Tubarão

No mais tardar quinta-feira, o coordenador da Defesa Civil de Tubarão, José Luiz Tancredo apresentará uma proposta de estrutura organizacional ao prefeito de Tubarão, Dr. Manoel Bertoncini (PSDB). A ideia é que a Fundação Municipal de Meio Ambiente agregue a Defesa Civil.

“Nossa intenção é integrar a Defesa Civil municipal no sistema nacional de Defesa Civil e o meio ambiente no sistema nacional deste órgão. Para isso, é preciso formar a fundação, além de constituir os fundos para os recursos financeiros. Após a apresentação do projeto ao prefeito, a minuta será encaminhada à secretaria de administração da prefeitura para que eles façam a redação das leis e depois encaminhem para a câmara”, explica Tancredo. A expectativa é que, no máximo, em julho, a estrutura da fundação esteja definida.

Entre as propostas de estrutura, está a descentralização da Defesa Civil. “Queremos que cada um dos dez distritos de Tubarão tenha uma pessoa que atue como referência, possa organizar as ações da comunidade, para onde deslocar os possíveis desabrigados, avise as pessoas em caso de perigo”, revela o coordenador. A esses líderes distritais serão oferecidos treinamentos e cursos de capacitação. Outra sugestão é a ampliação do número de bombeiros voluntários.

As informações sobre as atividades realizadas pela equipe anterior serão passadas pelo agora secretário de planejamento da prefeitura, Edvan Nunes, chefe anterior da Defesa Civil. “Ele está passando os dados e os projetos que foram elaborados nos últimos anos, e vamos acompanhar a tramitação deles em Brasília, no Ministério das Cidades”, afirma.

Projetos estão em análise em Brasília
Os quatro projetos apresentados pelo vice-prefeito de Tubarão, Pepê Collaço (PP), e pelo secretário de planejamento da prefeitura, Edvan Nunes, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), já estão em análise em Brasília. No dia do encontro, as propostas foram apresentadas e mais documentos foram pedidos.

“Já pediram informações complementares e nós enviamos. A expectativa é que no dia 10 de fevereiro o presidente Lula anuncie um pacote de obras para combater o problema das enchentes e fortes chuvas aqui no sul e ele pode anunciar mais recursos para Tubarão”, afirma Edvan.

Na reunião em Brasília, Tubarão foi habilitada para receber R$ 29 milhões. Entre as propostas apresentadas, está a de redragagem de 31 quilômetros do Rio Tubarão, entre o perímetro urbano de Tubarão até a foz, na Lagoa Santo Antônio dos Anjos, em Laguna. Esta proposta ainda não tem projetos, mas está avaliada em R$ 25 milhões para a redragagem. O projeto será de responsabilidade da prefeitura.

As demais propostas têm projetos: construção de duas estações elevatórias (na Padre Geraldo Spettmann e na comunidade do Pantanal), orçada em R$ 500 mil; drenagem no bairro Dehon, orçada em R$ 3,1 milhões; e o monitoramento do rio com a construção de quatro estações meteorológicas (Orleans, Braço do Norte, São Martinho e Tubarão), avaliada em R$ 480 mil.

Corte das árvores da beira-rio será licitado “o mais rápido possível”
Em março, a novela do corte das árvores da beira-rio em Tubarão completará dois anos. Desde o vendaval de 2007, há uma promessa de que as plantas comprometidas serão retiradas. Contudo, até agora, apenas cinco das 900 árvores cadastras pela prefeitura foram cortadas. O assunto voltou a ser discutido esta semana, em decorrência da queda de diversas árvores durante o temporal de quinta-feira.

No fim do ano passado, uma das pendências foi resolvida. A Secretaria de Patrimônio da União (SPU) já havia liberado o corte de 156 árvores que apresentam problemas. O documento foi solicitado à União pela prefeitura em maio de 2008, como precaução jurídica.

A Fatma, após receber o documento do SPU, autorizou a retirada de cinco plantas, na rua Getúlio Vargas, perto do supermercado Angeloni, que ameaçavam cair. Já as demais, só poderão ser retiradas após a realização de uma licitação pela prefeitura.

O problema ganhou mais um capítulo nos últimos dias. Por determinação do prefeito Dr. Manoel Bertoncini (PSDB), o assunto ‘corte das árvores da beira-rio’ será de responsabilidade da secretaria de serviços públicos da prefeitura. “Os documentos serão entregues na próxima semana. Vou avaliar as informações, e já adianto que vamos providenciar esta licitação o mais rápido possível. Temos interesse em resolver essa pendência, porque a cada chuva forte há mais problemas”, garante o secretário de serviços públicos, Fabiano Bittencourt.

Prejuízos com o ciclone… Dia de colocar as contas na ‘ponta do lápis’
Os estragos ocorreram em vários locais da cidade e só foram contabilizados nesta sexta-feira. A Defesa Civil de Tubarão compila dados da destruição

Tatiana Dornelles
Tubarão

Depois do susto no fim da tarde de quinta-feira, com a passagem de uma tempestade por Tubarão, esta sexta-feira serviu para colocar os prejuízos na ‘ponta do lápis’. Outdoors retorcidos, árvores arrancadas, telhas caídas no chão, carros quase destruídos, ruas completamente alagadas. O cenário assustador tem virado ‘comum’ e a cidade está bastante visada pelos fenômenos da natureza.

Com o passar da tormenta, o alívio tomou conta da população – tão traumatizada ainda com a enchente de 1974. Para uns tantos, é momento de enxugar as lágrimas, contabilizar os prejuízos e seguir… O proprietário da Pastelaria Scala (na esquina do Giassi), Antonio Cavagnoli, teve que tirar a estrutura metálica do toldo. “Foi retirada pela Celesc porque comprometia a fiação da rede de telefone. Tive que providenciar um novo suporte”, explica Antonio.

A chuva foi o assunto mais comentado pelos clientes da pastelaria. “Os estragos que viram, o que ocorreu em suas casas, a sujeira pela cidade eram as conversas”, relata. “O pessoal veio medir o espaço e entrega, na próxima semana, o orçamento. Mas trocarei também o painel com o nome da lanchonete, porque rasgou com o vento. Vou aproveitar e mudar o visual. O prejuízo total deve ser de uns R$ 2 mil a R$ 3 mil”, avalia. No prédio onde fica a pastelaria, o vidro da janela de um apartamento quebrou durante o vendaval e a chuva e, nesta sexta, uma tábua de compensado ocupava o lugar.

Como foram os trabalhos
A árvore que caiu na avenida Marcolino Martins Cabral devido ao vendaval e às fortes chuvas de quinta-feira já foi retirada do local nesta sexta. Segundo o chaveiro Cid Corrêa, que trabalha no local, a retirada levou cerca de três horas. “Eles levaram umas três horas para cortar a árvore. Começaram às 9h30min e foram até depois das 12 horas. Deu pena, fiquei com vontade de chorar quando foi a retirada a árvore. Mas demos sorte, porque caiu na calçada. Se tivesse caído em cima do poste, o estrago seria maior e a avenida ficaria interditada”, analisa.

Para ele, a árvore faz falta. “Tinha uma sombra muito boa e era bonita. Hoje (sexta), está muito quente. Se a árvore estivesse ali, pelo menos, teria um pouco de sombra e vento”, diz.

O dono do estacionamento ao lado da Justiça Federal, José Ciota, não conseguiu retirar as telhas que caíram sobre os carros. “Ainda não deu para retirar uma parte da estrutura que caiu. Estou sozinho e tenho que cuidar do estacionamento. Então, ainda não deu para retirar”, relata. Quinta, durante o temporal, seis veículos foram atingidos pela estrutura que caiu.

O presidente da Ases, Césio Saturno Marcos, estima o valor do prejuízo. “O ginásio, a academia e o restaurante tiveram problemas. Caíram telhas e o prejuízo, só com a estrutura, é de R$ 20 mil. Fora os eletroeletrônicos que queimaram, como ventiladores, computador, rádio, televisor”, conta Césio.

Defesa Civil prepara relatório preliminar
Amanda Menger
Tubarão

A sexta-feira foi de muito trabalho para a comissão provisória da Defesa Civil em Tubarão. O grupo formado por secretários da prefeitura, representantes do Águas de Tubarão e o coordenador da Defesa Civil municipal, José Luiz Tancredo, visitou as áreas mais atingidas pelo vendaval de quinta-feira.

“Fizemos o levantamento dos prejuízos e fotografamos os lugares. Os valores ainda serão calculados. E, como no início do mês o prefeito Dr. Manoel Bertoncini decretou estado de emergência, não será necessário um novo decreto e, assim que tivermos os valores, o relatório completo será enviado à Defesa Civil do estado”, relata Tancredo.

Segundo o coordenador da Defesa Civil, ainda quinta-feira à noite, funcionários da prefeitura das secretarias de desenvolvimento urbano, rural e serviços públicos, além da Guarda Municipal, foram chamados para retirar árvores e galhos caídos em ruas e calçadas. O trabalho teve continuidade nesta sexta-feira.

“Temos 12 funcionários que não saíram de férias e todos eles estão trabalhando para limpar a cidade, o passeio público e praças. Atuamos com outras secretarias”, afirma o secretário de serviços públicos, Fabiano Bittencourt.

Ainda na sexta-feira pela manhã, os secretários estiveram reunidos para definir as ações emergenciais. “Alguns bueiros e caixas coletoras precisam ser limpos, porque o vento carrega muita lixo e entope tudo, o que causa alagamentos. Serão abertas algumas valas também e desassoreadas outras”, afirma Tancredo.