Eleição tumultuada: Debandada peemedebista na Amurel

Amanda Menger
Tubarão

Os seis prefeitos do PMDB sairão da Amurel. Ontem, cinco deles (Gravatal, Jaguaruna, Grão-Pará, São Ludgero e Capivari de Baixo) encaminharam a desfiliação. Já Pedras Grandes deve enviar a carta hoje. O argumento utilizado pelos prefeitos é que eles não foram convidados para participar da chapa formada pelo prefeito de Imbituba, José Roberto Martins, o Beto (PSDB), que concorreu à presidência da entidade. “Não fomos convidados a participar. Em nenhum momento Beto nos procurou. Somos o partido com o maior número de prefeitos e ficamos fora. Sair da Amurel é uma forma de protesto”, explica o prefeito de Gravatal, Rudinei Fernandes do Amaral, o Nei (PMDB).

Nei diz que não era oficialmente candidato. “Coloquei o meu nome à disposição, mas não saí fazendo campanha como o Beto. Não concordo com a forma que a Amurel é administrada. A arrecadação mensal é em torno de R$ 130 mil e poderiam colocar mais técnicos à disposição. Um projeto leva 60 dias para ficar pronto”, critica o prefeito.

A ideia é formar um consórcio entre os prefeitos do PMDB. “Com o dinheiro que deixaremos de repassar à Amurel, contrataremos uma empresa para fazer os projetos e nos atenderá mais rápido”, propõe. O prefeito rebate os rumores de que pretendia ser presidente da Amurel para bater de frente com o secretário executivo da entidade, Leonardo Nesi, ex-prefeito de Gravatal. “Quero ser presidente porque a Amurel pode ser administrada de forma diferente”, garante Nei.

O presidente eleito diz que procurará os prefeitos desertores. “Vou buscar trazê-los de volta. Quero saber os reais motivos. Agora, se eles continuarem com este posicionamento, isso terá desdobramentos na tríplice aliança. Eu procurei todos os prefeitos, só não consegui falar com o de Pedras Grandes, Antonio Felippe Sobrinho, o Tonho, porque ele estava viajando. Não propus a participação dos prefeitos do PMDB na chapa, pois eles apoiariam Nei. Minha candidatura é tão legítima quanto seria a do Nei”, alfineta Beto.

Edinho rebate as críticas

Apontado como o articulador da debandada dos prefeitos do PMDB da Amurel, o deputado Edinho Bez (PMDB) rebateu as críticas. Ontem, durante a eleição da nova diretoria, os seis prefeitos da sigla não compareceram à assembleia geral da entidade e cinco deles apresentaram cartas de desfiliação. Os demais votaram em José Roberto Martins, o Beto (PSDB), de Imbituba. A decisão de ‘pular’ fora da Amurel foi definida em uma reunião, quarta-feira, em Gravatal. “Esse encontro estava agendado há tempo. Discutimos as verbas federais aos prefeitos do PMDB. A eleição da Amurel foi consequência”, afirma o deputado.

Segundo Bez, há um mês ele procurou Beto para formar uma chapa de consenso. “Ele disse que poderíamos fazer o acerto, eu propus que o PMDB fosse um dos vices e que outros prefeitos do partido fizessem parte da chapa. Depois de alguns dias, liguei novamente e ele disse que não precisava do PMDB porque tinha os votos necessários para ser eleito”, conta o deputado.

Bez diz que pediu ao secretário estadual de administração, José Ney Ascari (DEM), que persuadisse Beto, sem sucesso. “Sugeri bater chapa, porém, disseram-me que o período para inscrição tinha acabado. Em consenso, os prefeitos resolveram se afastar”, explica Bez. A desfiliação não é definitiva. “É por um ano. Temos uma outra sugestão: anular a eleição e refazermos a chapa com a presença do PMDB. Beto pode ser o presidente, mas o PMDB tem que fazer parte”, sugere.

O deputado ainda critica o secretário executivo da Amurel, Jorge Leonardo Nesi, o Nardo. “Quando ele era prefeito de Gravatal não pagava a Amurel, dizia que não servia para nada. Agora que é para preservar o emprego dele, serve?”, dispara Edinho ao reinvindicar respeito ao PMDB. “Não nos tirem para babacas. Somos o partido com maior número de prefeitos e vereadores da região, temos um deputado federal e um estadual. Exigimos respeito”, pede.