Construção civil: Faltam profissionais no mercado

Zahyra Mattar
Tubarão

As facilidades para adquirir a sonhada casa própria alavancaram o setor de construção civil no país. A área já vinha em certa crescente desde 2005, e teve uma explosão exponencial no ano passado.

Na região, Tubarão, Braço do Norte e Laguna são os municípios que melhor exemplificam o desenvolvimento da atividade. Por outro lado, nos últimos meses, o setor estagnou. O motivo: falta de mão-de-obra. Mesmo com a oferta de salários bastante atrativos (média de R$ 1,5 mil para pedreiros), as empresas da região têm imensa dificuldade em contratar.

Algumas, revela o presidente do Sindicato da Construção Civil (Sinduscon) de Tubarão e Região, Silvio Ghizi, já começam a ‘importar’ trabalhadores de outras partes do país. “Hoje (ontem) mesmo, fui atrás de gente em Florianópolis. Tenho obras atrasadas há três meses em Braço do Norte”, exemplifica Silvio.

Nos canteiros de obras em Tubarão, há um pouco de cada região do país. E isto é observado pelos sotaques dos trabalhadores. “Tem gente de tudo quanto é lugar do país. As empresas daqui já até fretam ônibus para buscar trabalhadores em outros estados, especialmente do nordeste”, detalha o presidente do Sinduscon.

Toda esta dificuldade, completa Silvio, faz com que o setor não tenha condições de expandir. O resultado também já é verificado. Na região, a demanda de pessoas em busca de imóveis é pelo menos o dobro da quantidade de apartamentos e casas à disposição. “Estamos muito preocupados em relação ao próximo ano”, resume Silvio.

110
mil metros quadros é a quantidade de área construída por ano na região. Juntas, as empresas dos 19 municípios da Amurel e da Amesg empregam aproximadamente oito mil pessoas.

No país, setor também desacelera

O nível de emprego na construção civil brasileira cresceu 0,94% em setembro deste ano. O levantamento foi divulgado ontem pela Fundação Getúlio Vargas. O número, considera o presidente do Sindicato da Construção Civil (Sinduscon) de Tubarão e Região, Silvio Ghizi, porque não há oferta de mão-de-obra.

Em setembro, houve a criação de 26,5 mil novos postos de trabalho formais no país. Na região, não há um levantamento neste sentido. Contudo, no estado, até dezembro de 2009, o setor empregava 79.837 pessoas. O número integra o estudo econômico anual feito pela Federação das Indústrias do estado de Santa Catarina (Fiesc).

Embora o índice de emprego tenha aumentado, a comparação com agosto corrobora a dificuldade enfrentada por boa parte das empresas em contratar e a desaceleração do setor. O percentual de setembro é inferior ao mês anterior, quando 48,6 mil trabalhadores foram empregados.