Caso Arroz Campeiro: Ação será ajuizada por crime financeiro

Amanda Menger
Tubarão

Mesmo de férias, o procurador da república em Tubarão, Celso Antônio Três, continua a colher depoimentos e cópias de documentos para o caso da Campeiro. Nas próximas semanas, ele enviará as informações a um colega do Ministério Público Federal, em Florianópolis, para ajuizar uma ação por crime contra o sistema financeiro.
“Temos informações consistentes e mais documentos devem chegar nos próximos dias. Com isso, faremos as instruções para solicitar a abertura de inquérito da Polícia Federal. Acredito que, até o fim do mês, isso poderá ser encaminhado a Florianópolis. Precisamos ter isso bem argumentado, porque será necessário pedir quebra de sigilo bancário, telefônico, entre outros instrumentos de investigação”, revela o procurador.

Segundo Celso, há indícios de diversos crimes. “Um deles é contra o sistema financeiro. Esse é um crime federal e será ajuizado pelo MPF de Florianópolis. Há informações de que uma factoring agia como financeira, e isso é proibido. Já a outra ação que vamos ajuizar aqui em Tubarão, é de estelionato de penhor. Há indícios de que o dinheiro público, voltado para o financiamento da agricultura, era utilizado para outros fins”, afirma o procurador.
Celso diz que estas ações são demoradas. “Há muitas pessoas envolvidas, documentos para serem analisados. E tudo isso leva tempo. Então, não podemos precisar quando teremos alguma definição sobre o caso”, observa o procurador.

Salários
A nova administração da Campeiro garantiu aos funcionários que depositará os salários de março nesta segunda-feira. Por enquanto, não há definições sobre o que será feito com a empresa. Segundo informações repassadas a uma comissão formada por vereadores, a direção ainda levanta quais os valores devidos aos credores.
O Notisul tentou contato com o dono da empresa, o americano Gary Kennedy, em Salt Lake City, em Utah, nos Estados Unidos, mas ele não atendeu e nem retornou as ligações. A reportagem tentou contato também com o ex-administrador Alexandre Augusto Pereira Tavares. Um homem atendeu as ligações, mas desconversou e disse que o número não pertence a nenhum Alexandre.