Bairrismo perigoso: Vale quer ‘divorciar-se’ da Amurel

Zahyra Mattar
Tubarão

O convite era para uma reunião na Amurel, entre prefeitos e vereadores, onde seria debatido o Hospital Regional e a inclusão dos parlamentares na instituição representativa dos municípios da região lagunar. O hospital nem chegou à pauta. A inclusão dos parlamentares sim. O resultado será conhecido em 60 dias – os vereadores terão que apresentar proposta formal dentro do contexto administrativo e jurídico, o qual será debatido em agosto pelos prefeitos.

Porém, existiu um outro assunto debatido apenas entre os prefeitos presentes que inevitavelmente causará polêmica: o Vale quer o ‘divórcio’ da Amurel. Há uma frente que defende a criação da microrregião. O encontro dos prefeitos, iniciado às 14 horas, foi fechado. Pouco se sabe, apenas aquilo comentado nas entrelinhas, nos bastidores. Às 15 horas abriu-se espaço para os vereadores. Cerca de meia hora depois, os prefeitos voltaram à discussão.

Ontem, não foi possível localizar ninguém para comentar o assunto, ou melhor, esclarecê-lo. Seja como for, o fato é que os investimentos preferencialmente são feitos em âmbitos macrorregionais. Especialmente em nível federal. Existe uma vertente para a criação de regiões metropolitanas, inclusive no sul do estado. Isto significa a aglutinação de mais municípios.

Por outro lado, não é de hoje que o Vale investe em si. A criação da secretaria de desenvolvimento em Braço do Norte estirpou cidades da regional de Tubarão. Perdeu-se de um lado, ganhou-se em outro. A SDR é bem gerida pelo secretário Gelson Luiz Padilha (PSDB). Mas a divisão da região, que já é pequena em números de habitantes e arrecadação – especialmente se comparada com Araranguá e Criciúma – é dividir também possíveis investimentos para que todos cresçam. Juntos e fortes!
Sobre o Hospital Regional, uma reunião ocorrerá em Florianópolis, na próxima segunda-feira, com o vice-governador Leonel Pavan (PSDB), para alinhavar o assunto.