Ano letivo pode ser comprometido

Ontem, professores reuniram-se para definir o cronograma de reposição  das aulas em Tubarão. Uma proposta foi criada pela prefeitura e outra pelos representantes do Sindicato dos Trabalhadores na Área da Educação da Rede Municipal de Tubarão (Sintermut).
Ontem, professores reuniram-se para definir o cronograma de reposição das aulas em Tubarão. Uma proposta foi criada pela prefeitura e outra pelos representantes do Sindicato dos Trabalhadores na Área da Educação da Rede Municipal de Tubarão (Sintermut).

Zahyra Mattar
Tubarão

Os representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinte) têm uma reunião decisiva, hoje, com o secretário-adjunto estadual da educação, Eduardo Deschamps. E é preciso abrir o diálogo para que a greve na rede estadual de ensino termine. Caso isso não ocorra, o ano letivo poderá ficar prejudicado.

A lei exige 200 dias de aulas. A paralisação entra hoje no 44º dia. A reposição deste tempo será aos sábado, durante o recesso deste mês e, caso a greve estenda-se mais, em dezembro. As férias poderão também ficar comprometidas.
O estado apresenta hoje a mesma proposta: quer debater índices em janeiro do próximo ano. Mas o problema agora está na regência de classe, cujos percentuais foram alterados de 25% e 40% para 17% e 25%. O governo alega que somente com esta mudança pode, neste ano, atender a lei que rege o piso nacional, de R$ 1.187,97.

O Sinte rebate e já antecipa: não abrirá mão dos índices da regência. “Queremos a devolução dos percentuais e a negociação do piso. Os professores não voltarão às salas de aula sem isso. Querem nos tirar um direito adquirido”, salienta a representante no estado da regional do sindicato em Tubarão, Tânia Fogaça.

Corte de custos na educação

Com o aumento nos custos das folhas de pagamento dos professores e a possibilidade da municipalização do ensino fundamental nas escolas estaduais, a secretaria de educação da prefeitura de Tubarão já começou o corte de custos. Ontem, foi realizada uma reunião com os diretores de escola e de centros de educação infantil para informá-los dos novos rumos.

Como o Notisul antecipou, os professores que estavam em outras secretarias e nas bibliotecas já foram chamados para retornar às salas de aula. Também é desenvolvida, em conjunto com a secretaria de gestão da prefeitura, uma análise das folhas de pagamento dos funcionários da educação. Quem estiver em situação irregular será demitido. Todos os programas e os convênios firmados serão revistos.
Outra medida será a junção de classes com poucos alunos. De acordo com o secretário Felipe Felisbino, é inviável manter duas turmas com menos de dez alunos.

A partir do próximo ano, deve ser colocada em prática a nucleação das de escolas e creches com poucos alunos. Hoje, existem instituições com menos de 25 alunos, caso da Leopoldo Marquides Correa, escolinha rural de Linha Mesquita.
A secretaria municipal de educação também estuda devolver o direito à regência de classe aos professores que atuam na direção das 20 escolas e dos 27 Centros de Educação Infantil (CEIs). A municipalização do estudo será discutida pelo secretário em uma reunião marcada para a próxima terça-feira, em Florianópolis.

Aumentos salariais de até 18%

Os salários dos professores da rede municipal de Tubarão aumentaram entre 3% e 18%. A informação é do secretário de educação da prefeitura, Felipe Felisbino. Ontem, funcionários da secretaria criaram uma simulação de como ficarão os pagamentos. O professor do primeiro nível, sem nenhuma progressão horizontal de reajuste, com todos os benefícios, ganhará cerca de R$ 1.505,21. Antes, o valor era de R$ 1.020,00. O professor com mestrado, na última progressão horizontal de reajuste, receberá R$ 4.330,56 (incluídos quinquênio ou triênio). Na antiga tabela, o professor com mestrado, no último nível horizontal de reajuste, receberia R$ 3.433,79.
O secretário fez uma observação que os professores, com 20 horas, passarão a receber R$ 776,00, ao em vez dos R$ 510,00. A professora Mariléia Barboza disse quarta-feira ao Notisul que o seu aumento seria de R$ 35,00. Nas próximas semanas, a proposta, que é transformada em projeto de lei, será enviada à câmara de vereadores.

Rede municipal: alunos terão aulas aos sábados

Karen Novochadlo
Tubarão

Os professores municipais de Tubarão que estavam em greve retornam às salas de aula hoje. A paralisação durou um mês e, no ápice do movimento, mais de 50% da categoria aderiu. Agora, é hora de correr atrás do prejuízo e repor o conteúdo. Ao todo, 21 dias letivos terão que ser repostos.

Ontem, integrantes da secretaria de educação da prefeitura reuniram-se com integrantes do Sindicato dos Trabalhadores na Área da Educação da Rede Municipal de Tubarão (Sintermut) para definir o calendário das aulas. Ficou acordado que, em pelo menos seis sábados, os alunos do ensino fundamental terão reposição de conteúdo. Os dias serão definidos pelas direções das escolas.

O recesso deste mês, de dez dias, ficou suspenso. Feriados em setembro (15) e outubro (15) não serão emendados, como estava previsto originalmente. As aulas também serão entendidas em dezembro. Se antes para aluno que passava direto as terminavam dia 13, agora será 16. As provas finais ficarão para 19, 20 e 21.

Para a educação infantil, a reposição dos dias letivos ficará a cargo da direção. Os professores poderão repor em janeiro ou nos sábados. Como não há conteúdo, só é necessário repor o número de horas.