Acessibilidade nas ruas: Cidade começa a se preocupar com o assunto

Zahyra Mattar
Tubarão

De acordo com dados do IBGE, em 2000 o Brasil tinha 25 milhões de portadoras de deficiência física. O número equivale à população dos três estados do sul – Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná – juntos. Somente em Tubarão, ainda conforme o Censo de 2000, são 12.742 pessoas com algum tipo de deficiência, a maioria de locomoção.

A grande dificuldade do poder público em incluir socialmente, e de forma efetiva, esta parcela da população é grande. Mesmo por que o problema da falta de estrutura para receber bengalantes ou cadeirantes não começou agora. Nunca se discutiu e reivindicou o direito básico de ir e vir – garantido a todos os seres humanos – como nos dias atuais. Neste curso, é visível a corrida das prefeituras para colocar esta dívida antiga em dia.

Em Tubarão, a prefeitura começa a dar sinais de sensibilização. Dos 19 postos de saúde da cidade, oito possuem estrutura adaptada para deficientes, inclusive nos banheiros. As recentes obras feitas em vários passeios também demonstram esta preocupação. Praticamente todas as calçadas novas têm guias para deficientes visuais.

Ainda assim, como bem pontuou o diretor da secretaria de planejamento da prefeitura, Paulo Mendes, no 1º Fórum Sul Brasileiro de Cidadania, no início deste mês, na Unisul, existe grande falta de conscientização popular em torno da causa. Mesmo por que as calçadas são de responsabilidade da população. À prefeitura, que cabe a fiscalização, é admitida a falha.

Um pouco da mudança também é resultado de uma lei apresentada e aprovada em abril pela câmara de vereadores. “Sou um defensor voraz da acessibilidade. Não podemos exigir que um portador de deficiência física, ou mesmo um cadeirante, saia de sua casa e encare uma calçada toda irregular, ou com vão alto entre a calçada e a rua”, destaca Jairo Cascaes (DEM), autor da lei.

É dele também o pedido para que o município disponibilize vagas de trânsito para pessoas com dificuldade em locomoção próximo a pontos comerciais, clínicas e hospitais. “A ausência destas vagas de estacionamento resulta em inúmeros transtornos. A cidade caminhou muito neste sentido, mas podemos ir além”, defende.