Abastecimento de água: Capivari rescinde contrato com a Casan

Priscila Alano
Capivari de Baixo

O sistema de abastecimento municipal de água poderá ser implantado em Capivari de Baixo. A administração da cidade ingressou com uma ação da justiça para rescindir o contrato com a Casan. O prefeito Luiz Carlos Brunel Alves explica que está insatisfeito com a atuação da estatal na cidade, e já notificou a empresa quanto à decisão de romper o contrato.

Brunel explica que o Ministério Público está acionando as prefeituras para que façam investimentos em saneamento básico. O prefeito também destaca que a estatal apenas realiza a distribuição de água do município, e não são realizados investimentos em ampliação de redes ou em saneamento básico. “A Casan compra o líquido do Águas de Tubarão e vende para a população. Não há uma estação de tratamento no município. Temos que arcar até com os custos dos buracos: eles abrem os buracos nas ruas, mas não fecham”, desabafa o prefeito.

A intenção do prefeito é romper o contrato com a estatal e assumir o abastecimento. “Pretendemos fazer um contrato com o Águas de Tubarão e também construir uma estação de tratamento de água, para captar água do rio Capivari, que é menos poluído”, avalia Brunel.

O chefe da agência da Casan no município, vereador Fernando Oliveira da Silva, afirma que está surpreso com a decisão do prefeito, pois há um mês apresentou propostas de investimentos. De acordo com Fernando, a estatal deve investir cerca de R$ 18 milhões na construção de uma estação de tratamento de água e outra de esgoto. “Caso o contrato seja rompido, funcionários devem ser transferidos para outras cidades”, fala Fernando.

Municípios aguardam investimentos

Em Imbituba, a gestão é compartilhada. O prefeito Beto Martins não está satisfeito com o atendimento. A estatal deve investir em torno de R$ 8 milhões em rede de esgoto até setembro do próximo ano. “Vamos aguardar até o próximo ano para tomar uma decisão, ou renovamos o contrato ou acatamos a decisão do Ministério Público e licitamos o atendimento”, explica Beto. Enquanto isso, o município realiza a elaboração do Plano de Saneamento Básico Participativo. O plano prevê ações acerca de abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos.

A Casan abastecerá com água potável as comunidades da Passagem e Ponta da Barra. A rede terá 21 quilômetros. O município também será contemplado com obras de saneamento básico. A primeira fase está avaliada em R$ 10 milhões, e terá 19 quilômetros. A segunda etapa terá extensão de 47 quilômetros, e é orçada em R$ 28 milhões. As estações de tratamento são definidas de acordo com a topografia da região.

Braço do Norte não aprova atendimento

Em Braço do Norte, a gestão compartilhada não funciona como deveria. A prefeitura é responsável pela administração e fiscalização, enquanto a Casan gerencia a execução dos trabalhos. Porém, os gestores não se entendem e a população demonstra descontentamento com a falta de investimentos, principalmente com a rede de saneamento, existente em menos de 1% do município.

O prefeito Vânio Uliano já sugeriu o rompimento do contrato, mas voltou atrás após a visita feita pela diretora da Casa Sul Serra, Marly Nunes Pacheco, no último mês. Ela assumiu compromisso de comprar o terreno para instalação da estação de tratamento.