“Vou administrar a cidade com o coração”

Amanda Menger
Capivari de Baixo

Notisul – Qual a sua avaliação sobre a coligação pela qual o senhor é o cabeça-de-chapa?
PG – Positiva. É uma família formada por PDT, PR, PSB e PTB, onde temos uma nominata boa. São 28 candidatos a vereador e nenhum destes partidos tem secretaria ou diretoria confirmada. Primeiro, vamos conquistar a prefeitura, e depois vamos indicar as pessoas certas para os cargos certos e profissionais que sejam de Capivari de Baixo.

Notisul – Quais os projetos estão englobados em seu programa de governo?
PG – O nosso projeto é escola em tempo integral; creches abertas o ano todo; uma escola técnica municipal para qualificar os nossos jovens; internet gratuita em todas as escolas, para que os órgãos municipais atuem de forma integrada. Nossa bandeira de luta é a geração de empregos, queremos construir um novo distrito industrial; um novo acesso, ao norte, pelo Loteamento Camila. Na saúde, queremos construir uma policlínica, para que a população tenha acesso a médicos especialistas. Nossa idéia é investir na medicina preventiva para evitar que as pessoas fiquem doentes.

Notisul – Em sua visão, hoje, qual é a maior necessidade de Capivari de Baixo?
PG – É a nossa bandeira de luta: a geração de empregos. Queremos construir um novo parque industrial. Vamos investir também na saúde, educação, segurança pública e no saneamento básico. Queremos ainda construir seis casas populares por mês, para nos quatro anos de governo resultar em 240 novas residências.

Notisul – Em diversas áreas, as pessoas continuam a utilizar os serviços disponibilizados em Tubarão. O que é possível fazer para que Capivari seja completamente independente de Tubarão?
PG – Precisamos investir em nosso comércio, oferecer incentivos fiscais para empresas locais. Isso irá gerar mais empregos e volto a repetir: essa é a nossa bandeira. Temos que aproveitar esse impulso de desenvolvimento que a região irá receber com a conclusão das obras de duplicação da BR-101, do Aeroporto Regional Sul, da revitalização do porto de Imbituba. Nós temos ainda uma ferrovia que corta o município. Temos que aproveitar essa infra-estrutura logística para gerar mais empregos e temos que estar preparados para esse desenvolvimento. É exatamente por isso que queremos um novo parque industrial e oferecer cursos de qualificação para os nossos jovens.

Notisul- Capivari de Baixo tem hoje um dos maiores orçamentos da Amurel, se não o maior. Por que a cidade ainda não conseguiu desenvolver-se e ainda é conhecida como uma ‘cidade dormitório’?
PG – Capivari é a quinta cidade com maior renda per capita de Santa Catarina e deveria ser, no mínimo, a quinta em qualidade de vida. Mas por falta de investimentos não é. Precisamos investir em um novo parque industrial, na geração de empregos, na valorização, até mesmo por parte do poder público, do comércio de Capivari. Se o próprio governo não investe no comércio, a população sente-se desmotivada para fazer o mesmo. A população precisa ser conscientizada da importância do comércio local. Há candidatos a prefeito que não compram nos supermercados de Capivari. Eu compro em Capivari de Baixo e acredito que temos que levantar essa bandeira, pelo nosso comércio. Isso trará o desenvolvimento que a cidade precisa. Vende-se uma imagem de que no município não tem problemas. Mas, no centro, ainda há esgoto a céu aberto. Em outros locais, há casas caindo, pessoas passando dificuldades, inclusive fome, principalmente nos bairros mais periféricos. Eu convido quem quiser para conhecer a realidade de Capivari, que é diferente da que é vendida.

Notisul – No bairro Santo André, há muitas reclamações de cães abandonados. Há algum projeto de canil municipal?
PG – Temos que investir neste canil, sim. Sou contra maus tratos aos animais. Temos que recolher e castrá-los para evitar que continuem a se reproduzir sem controle. Isso é um problema que não é só em Capivari, é na região toda, e temos que tomar providências. Este espaço servirá também para que as famílias que querem adotar um bichinho de estimação possam encontrá-lo e já levarem o animal castrado.

Notisul – O cemitério está lotado. Qual a solução para este problema?
PG – A única solução que eu vejo é a construção de um novo local. Uma área que fique longe do centro da cidade. Temos que resolver isso nos três primeiros meses de mandato. É uma prioridade, muitas pessoas reclamam porque não têm onde enterrar os seus familiares. Nós vamos investir nisso logo no início do mandato.

Notisul – É possível fazer uma avaliação positiva da atual administração?
PG – Todos os prefeitos que passaram por Capivari, Nilton Sachetti, (Luiz Carlos) Brunel (Alves) e Moacir (Rabelo), fizeram coisas boas. Acho que nós temos que observar isso. Se eu dissesse o contrário, estaria mentindo, porque, com a arrecadação que o município tem, é impossível não fazer algo bom. Mas, ao mesmo tempo, podemos fazer mais, evitando os desperdícios, administrar com firmeza. Com determinação, é possível fazer mais. Além disso, é possível buscar mais recursos em Brasília. Vamos criar uma assessoria para fazer projetos e captar recursos. Cada vez mais, é possível fazer a diferença. A partir do dia 5 de outubro, já iremos buscar essas verbas, apresentando projetos em Brasília. Passou-se três anos e meio, por que só agora, nos seis últimos meses, estão fazendo obras? Em Tubarão é a mesma coisa. Se é assim, deveríamos ter eleições a cada seis meses, porque aí iriam aparecer obras nas cidades.

Notisul – Os irmãos Brunel (Luiz Carlos e Atamir) estão em lados diferentes. Você e Moacir desfizeram a parceria. Qual a sua avaliação a respeito destas peculiaridades da eleição em Capivari?
PG – Em briga de família não se mete a colher, já dizia o meu pai. Eu vejo que Capivari precisa de lideranças novas e isso está ocorrendo. Cerca de 85% da população afirma que é preciso mudar, renovar. A nossa chapa é a chapa do povo, de pessoas que vêm do trabalho e falam a mesma linguagem do povo. Essa é a nossa diferença, não é uma chapa que vem estampado o conhecimento, e sim o amor e a dedicação pela sua terra.

Notisul – Se o senhor não for eleito, que rumos seguirá profissionalmente? Continuará na política?
PG – Confio na minha eleição. Mas, se não for eleito, voltarei às minhas atividades como comerciante, cuidando da minha lanchonete e da casa lotérica. Continuarei no PDT e vamos nos preparar para a próxima eleição, daqui a quatro anos.