“O problema do hospital não é com o executivo”

Olavio Falchetti (PT) é natural de Tubarão, filho de Delírio Falchetti e Aurora Dal Bó Falchetti. É casado com Jane Dal Bó Falchetti, com quem teve seis filhos, quatro homens (um falecido) e duas mulheres. É proprietário da Pedreira Falchetti. Estudou nos colégios Henrique Fontes e Dehon. Em 1976, formou-se em engenharia pela Universidade Federal de Santa Catarina (Ufsc) e fez pós-graduação em engenharia de segurança na mesma universidade. Quando acadêmico, participava ativamente dos movimentos estudantis, foi inclusive diretor do Diretório Central dos Estudantes (DCE). Em 2008, foi candidato pela primeira vez à prefeitura de Tubarão e, dois anos depois, a deputado estadual. Assumiu o executivo da Cidade Azul em 2013, com mais de 45% dos votos e mandato até 2016.

Letícia Matos
Tubarão

Notisul – É bastante preocupante a situação do Hospital Nossa Senhora da Conceição, por causa da falta de pagamento referente ao convênio. O que o senhor pode falar sobre este caso?
Olavio – Mas o problema do hospital não é com o executivo, e sim com o estado. As informações se misturaram e se tornou um ‘balaio de gato’. Temos três questões: o convênio de 2012, o convênio atual, que é o vigente, e o assunto dos serviços prestados ao SUS, que é dividido em três grupos – município, estado e união. Nesse pacote de serviços oferecidos pelo hospital, nos compete apenas encaminhar os pacientes da rede municipal. Ao estado, a sua responsabilidade é fazer a triagem das entidades que atenderão esses pacientes, e à união o pagamento desses serviços prestados. A parte do município, dentro do problema apresentado pelo hospital, está em um convênio de aporte financeiro para o setor de emergência, que é um convênio atual, vigente e que está sendo pago. Há um atraso nos expedientes em razão de uma divergência de informações, de uma prestação de contas, que já estavam sanadas antes da nota emitida pelo hospital. O assunto estava sendo encaminhado e resolvido, porém, com a nota a situação ficou confusa e fizemos uma reunião onde tudo foi esclarecido. Há disposição do município e do hospital em agilizar os procedimentos, porque o convênio pressupõe: o executivo faz o pagamento e o hospital utiliza o recurso e presta contas. Tentamos aperfeiçoar isso para que seja mais dinâmico e não venha trazer desconforto ao município e nem ao hospital. Fazemos a nossa parte em acelerar os trâmites para tentar atender. Isso é algo que desde março deste ano fizemos com todos os convênios. Vários já foram objetos de discussão e o município já agiliza. Hoje, temos 90% dos convênios em ritmo considerado bom e faltam alguns ainda para acertar. Entre estes, o do hospital, acredito que também entrará nesse ritmo. Assim que prestar contas, já recebe na semana seguinte o repasse da próxima parcela. Mas tem que prestar conta! Se isso não ocorre, como vamos pagar, né? 

Notisul – Na assinatura da ordem de serviço para recuperação das rodovias SC-370 e SC-108, o senhor cobrou do governador em exercício, Nelson Schafer Martins, a UPA 24 horas e a Arena Multiuso. O que falta para dar prosseguimento a essas obras? 
Olavio –
A UPA é necessário concluir. A obra está parada. O governo do estado, por meio do governador e do vice, e dos vereadores de Tubarão do PMDB, garantiu que o estado iria concluir. Porque queríamos federalizar a obra. Teve um movimento dos peemedebistas para isso não ocorrer. Temos essa promessa e acredito no governador e no vice, de que eles assinarão esse aditivo. Parece, se não me engano, que faltam R$ 2,2 milhões. Já a Arena Multiuso falta concluir o anfiteatro. Acredito que, fora o mobiliário (poltronas, arquibancada), que buscamos junto ao governo federal – que é mais ou menos uns R$ 2,5 milhões -, o governo do estado terá que concluir, porque também foi uma promessa deles. A prefeitura já fez a sua parte. Garantimos os recursos, a contrapartida. Agora queremos que seja concluída a parte do anfiteatro. Eles acham que pelo aditivo não há condições de finalizar. E queremos a conclusão! Cobramos isso do governo do estado. Eles sabem. Por ser ano eleitoral, dificulta um pouco, pois eles não podem promover nenhum aditivo neste período. Agora novamente sobre a questão da UPA, é preciso resgatar que a unidade levará o nome do ex-prefeito Manoel Bertoncini, isto é uma promessa do vice-governador. Eles fizeram, após o seu falecimento, uma promessa solene de concluir essa obra. Esperamos e cobramos sempre, até em respeito ao Dr. Manoel. Eles se comprometeram a arcar com o custo. Só que, infelizmente, até hoje não veio nenhuma moedinha para podermos viabilizar essa obra.

Notisul – E já foi decidido o que será feito no entorno da Arena Multiuso?
Olavio –
O projeto está pronto, mas agora não temos condição de fazer. Já estão consolidadas a abertura da rua Afonso Pena, a nova iluminação, a pista de skate em execução. Temos outras três ações encaminhadas: as doações de áreas para a construção das sedes do Ministério Público Federal, da Justiça Federal e da Justiça do Trabalho. Tem também a retirada da casa que fica no fim da rua Afonso Pena. Aguardamos a ação judicial, estamos prestes a receber a sentença.

Notisul – Como o senhor define hoje a sua administração?
Olavio –
Nossa administração tem duas vertentes: a edificação estrutural e a edificação social. A estrutural é o concreto, o palpável – e nesta questão agimos em todas as áreas de nossa cidade. Por meio do Orçamento Participativo (OP), realizamos diversas pavimentações (lajota, drenagem, asfalto), em parceria e pela prefeitura. E que é a edificação social? Não adianta o estrutural, que é o bruto, e esquecer o social. Contratamos mais de 40 professores para atuarem em todas as comunidades com escolinhas de futebol, dança, teatro, pintura, violão, karatê. Isso é o social. Esse é o importante. Porque, se um gestor público focar somente no estrutural, ele está fadado a falir. A assistência social do município está muito boa, a educação. Um exemplo é a merenda escolar. Nossa alimentação nas escolas é de primeiro mundo. Já inauguramos três creches modelo. Fazemos o patrolamento e a colocação de areão em toda a área rural da cidade. Eu já disse para o secretário: “Quero que as estradas do interior sejam sempre patroladas e colocado o areão”. Isso para dar condições de nossa alimentação chegar, é desses locais que vêm nossos produtos alimentícios. Já gastamos, desde o ano passado, R$ 700 mil em areão – em transporte e aquisição do material. Temos 730 quilômetros de estrada de chão batido em Tubarão. A maior parte é área rural, mas ainda temos no centro da cidade, como a Afonso Pena. Quem desejar pode acompanhar todas as obras por meio do nosso site. Já inauguramos quatro postos de saúde. Estamos reformando e ampliando outros. E estão em fase de construção mais duas unidades de saúde no bairro São Martinho e uma no Km 63. Através do OP, 30% da arrecadação do IPTU a população define onde será aplicado. A obra da construção do CEI na comunidade de São Tomé foi escolha da população.

Notisul – Qual é a maior obra em execução?
Olavio –
É a moralização do que é público. Essa o rato não rói e a traça não corrói. Essa é a obra mais importante do nosso governo. O que almejamos é melhorar a qualidade de vida das pessoas. 

Notisul – O senhor se sente perseguido pelo legislativo?
Olavio –
Não. Eles fazem as críticas deles. Mas agora os requerimentos estão em dia. O fluxo é intenso. Multiplica 17 vereadores por oito requerimentos por semana e veja. A cidade não estava habituada a ter oposição. Foram 12 anos sem oposição. Esse momento é novo. Eles se definem assim. Falam que foram eleitos para ser oposição. Tem três vereadores da base e os outros são da oposição. Pelo menos os principais líderes da bancada se veem assim. E, em Tubarão, há alguns anos não víamos mais isso. Poderia dizer que, nos últimos 12 anos, a câmara tinha um cenário bastante consolidado de situação. Mas, de qualquer maneira, independente de oposição ou situação, os nossos projetos, por serem bons para a comunidade, sempre foram aprovados. Se fomos eleitos pelo povo, é porque a população queria o melhor. E se os vereadores foram eleitos pelo povo, é porque também desejava o mesmo. E se o projeto é bom, não tem como negar. Agora, se for ruim, tem que reprovar mesmo! Em quase dois anos, um ou outro retiramos da pauta, depois de discutidos.

Olavio por Olavio
Deus
– Vida.
Família – Amor.
Trabalho – Dignidade.
Passado – A alavanca para o futuro.
Presente – Resultado do passado.
Futuro – São os louros pelo trabalho do presente.

"No início da gestão, o vice-governador e os vereadores 
do PMDB pediram para não federalizar a UPA 24 Horas, porque havia esse compromisso deles com o Dr. Manoel".