Haroldo de Oliveira Silva: “Se o DEM quiser, o PSDB não se envolve”

No próximo dia 31, com o último dia do atual governo, encerra a gestão do secretário de desenvolvimento regional em Tubarão, Haroldo de Oliveira Silva, o Dura, 56 anos. Ele assumiu o cargo no dia 9 de abril de 2010. A sua carreira política iniciou no PL. Em seguida, foi para o PFL, onde conheceu o senador Geraldo Althoff. Em 2006, migrou para o PSDB. Já foi vereador, vice-presidente da câmara de Tubarão, assessor especial do prefeito Carlos Stüpp – por três anos – e diretor da Contribuição para o Custeio do Serviço de Iluminação Pública (Cosip). Dura é casado e tem 2 filhos. Karen Novochadlo Tubarão Notisul – Como você avalia a sua gestão? Quais os pontos negativos e positivos? Dura – A gestão da SDR é um desafio muito grande. Se não contar com pessoas competentes, o trabalho não cresce. Eu tive o prazer de ter aqui pessoas que foram ‘construídas’ pelos ex-secretários. Entregaram-me um corpo técnico e gerencial muito bom. Não tive grandes dificuldades. A minha maior dificuldade foi ter que conquistá-los, e fazer com que confiem em mim. O meu grande ponto foi ter encontrado pessoas comprometidas com o trabalho, que terei grande saudade caso não fique aqui. A parte negativa foi o momento que eu entrei, em um período de eleição. A lei eleitoral te priva de várias situações, como a realização de convênios. Atravessei esse momento muito difícil e, mesmo assim, em dois meses (maio e junho), conseguimos executar uma ordem de R$ 15 milhões. O município de Tubarão foi o maior beneficiado no convênio, com R$ 6 milhões da Arena Multiuso e R$ 2 milhões em pequenas obras. As outras cidades levaram uma média de R$ 700 mil. Se não tivesse o período eleitoral, conseguiríamos muito mais. Notisul – Como está o processo de escolha do próximo secretário? Existem rumores de que o Sargento Batista (PSDB) pode assumir ou mesmo você continuar à frente da secretária. Dura – Primeiramente, o governador eleito Raimundo Colombo e as lideranças políticas da região têm que definir com que partido ficará a secretaria. Depois de sabermos isso, resolveremos a questão. Se vai ficar com o DEM, o PSDB não irá se envolver. O mesmo ocorre se ficar com o PMDB. Caso fique com o PSDB, a primeira pessoa com quem iremos conversar será com o ex-prefeito Carlos Stüpp. Perguntaremos se ele quer continuar com a regional, por questão de educação e respeito. Carlos Stüpp é a única pessoa dentro do PSDB que pode escolher com o que vai ficar aqui na região, por tudo o que ele fez pelo partido. Se o ex-prefeito não quiser, consultaremos, para saber quem deverá assumir. As pessoas acham que a SDR é do partido de Tubarão, mas ela é regional. Ainda vamos conversar e buscar os apoios. O Sargento Batista, presidente da câmara dos vereadores, tem o direito de fazer sua reivindicação, como membro do PSDB. Notisul – E se você for convidado a ficar na secretaria? Dura – Primeiro, a minha gestão tem que ser avaliada. Não é simplesmente “se não tem tu, vai tu mesmo”. A avaliação tem que partir do meu partido, da tríplice aliança do governador Luiz Henrique (da Silveira) e Leonel Pavan, e a própria população. Eu gostaria de passar no crivo das pessoas. Mas não posso ser empurrado goela abaixo. A volta deve valer a pena para a sociedade. Se o ex-prefeito Carlos Stüpp aceitar o meu retorno e os líderes regionais também selarem este acordo, não tenho dúvida de que eu entro fortalecido, inclusive com apoio de prefeitos do PMDB. Notisul – Caso não surja este convite, quais os seus planos para o próximo ano? Dura – Os planos também estão nas mãos do prefeito. Afinal, eu sou suplente de vereador. E fui líder do prefeito Manoel Bertoncini no primeiro ano. Tenho uma grande admiração pelo seu governo e pela pessoa que ele é. Se Manoel quiser me recolocar em algum lugar, eu terei uma grande satisfação e um grande prazer de compor o quadro funcional da prefeitura de Tubarão. Notisul – Existe algum projeto na secretaria que ficou para trás e você gostaria de ter feito? Dura – Sim. Alguns ficaram para trás por causa da questão eleitoral. Eu gostaria de ter feito mais pela educação. A educação precisa de mais carinho, apoio, incentivo. Precisamos entender melhor a educação em sua estrutura. Por exemplo, nós temos 44 escolas. Conseguimos construir dez ou 12 novas durante o governo Luiz Henrique. Também reformarmos umas oito ou dez. Mas cerca de 20 escolas não receberam reforma. Esta foi a minha maior frustração. Notisul – Qual o desafio do próximo secretário? Dura – Cada secretário tem o seu estilo e as suas próprias metas. Muitas vezes, as metas são do governo. Eu deixo ao novo secretário uma secretaria regional enxuta e também organizada documentalmente e financeiramente. Não vejo problema a quem venha me substituir. Ele dará prosseguimento ao trabalho que já é feito, até porque é continuidade de governo. Notisul – Na sua opinião, o que deve ser prioridade do próximo governo estadual na região? Dura – A SDR tem um trabalho a cumprir em vários segmentos. Uma das partes importantes dos segmentos é a sociedade civil. Uma sociedade civil organizada consegue mover as reivindicações no governo do estado. Eu dou o exemplo do aeroporto regional e da Serramar. Não é só a vontade do governo de realizar a obra, mas da sociedade civil organizada. Nós devemos ter em mente que isso é desenvolvimento. Todas essas obras irão dar um impulso para o desenvolvimento para a região. O aeroporto regional será inaugurado 100% daqui a um ano e meio ou dois anos. A rodovia Serramar e a duplicação da BR 101 irão impulsionar o desenvolvimento da região. Notisul – As obras em andamento serão encerradas até o fim de sua gestão? Dura – Todas as obras que iniciei durante a minha gestão, como reformas de escola e outras situações, serão encerradas até fim do ano, até por uma questão da lei de responsabilidade fiscal. As obras que estão mapeadas para terminar no outro ano, como no colégio Hercílio Luz e o presídio, respeitarão o prazo. Algumas devem encerrar em fevereiro, estão com o recurso assegurado. As quatro ou cinco escolas que financiamos terminarão este ano e estão dentro do cronograma físico-financeiro.