“Em vez de criticar, jogar penas ao vento, deveriam é ajudar”

Carlos José Stüpp (PSDB), 51 anos, é natural de São Martinho e vive em Tubarão desde criança. É filho de Martinho e Tekla, marido de Vera, pai de Carol, Carlinhos e Carla. Está há mais de 20 anos na vida pública. A sua primeira experiência foi como presidente da CDL de Tubarão, entre 1991 e 92. De 93 a 95, esteve à frente da Federação da Câmara de Dirigentes Lojistas de Santa Catarina. Em 1996, tentou sua primeira eleição a prefeito, foi o segundo colocado. Entre os anos de 1997 e 2000, foi o presidente da Federação Nacional dos Lojistas e, em 2001, assumiu a prefeitura da Cidade Azul. Ficou no poder por dois mandatos, até 2008. Também é empresário, nas áreas de pneus e combustíveis.

 

 

Thiago Oliveira
Tubarão
 
Notisul – Por que o senhor decidiu colocar o nome à disposição como pré-candidato a prefeito?
Stüpp – Porque eu tenho apenas 51 anos e uma experiência enorme na área de gestão pública. Não posso desperdiçar o meu potencial. Entendo que contribuí muito para fazer desta a cidade que é. Linda, ordeira, hospitaleira, com uma infraestrutura viária bem diferente daquela que eu encontrei quando assumi pela primeira vez, em 2000. Pude contribuir com ações em todas as áreas. Na saúde, de forma exemplar. Hoje, temos mais de 30 unidades de postos de saúde à disposição da população. Tivemos também  grandes ações na área da educação, do social, da segurança. Este é o momento de voltar. Principalmente depois de ficar três anos fora, enxergando os erros e acertos da minha administração e da atual. Sei que posso acertar muito mais. E mais rapidamente que qualquer um dos nossos eventuais concorrentes.
 
Notisul – Até um mês atrás, o senhor dizia categoricamente que não seria candidato. O que o fez mudar de opinião?
Stüpp – Mesmo que eu quisesse ser candidato, jamais poderia admitir isso, em respeito ao nosso atual prefeito (Manoel Bertoncini – PSDB). Em respeito àquele que tinha a prerrogativa de que, se quisesse, seria o candidato à reeleição. Ele é filiado ao meu partido e, como tal, devo essa lealdade. A partir do momento em que ele diz que não pode concorrer por causa da saúde, e me pede para assumir esta condição de candidato, as coisas ficam diferentes. O partido fez o apelo, e eu recebi todo o apoio da minha família, que disse que se esta era a minha vontade estaria do meu lado. Por isso decidi colocar o meu nome à disposição do PSDB. E tenho certeza que posso contribuir muito para melhorar a vida dos tubaronenses.
 
Notisul – Nos seus oito anos como prefeito, quais as obras e ações considera mais importantes?
Stüpp –  Em tudo, entendo que fiz mais que qualquer um na história de Tubarão. Se você quiser iniciar lá na Linha Mesquita, com uma escola maravilhosa que eu coloquei lá em cima, ou ir até a ponte da Madre, no outro lado da cidade, você vai ver uma obra de qualidade. Vai passar por estes lugares e ver um asfalto de qualidade. Pode passar por isso tudo, e vai encontrar um posto de saúde no Sertão dos Corrêa, no São João, no Revoredo, Fábio Silva… Em cada canto da cidade, nós temos uma marca, uma ação, algo que deixamos como um legado para a cidade. O calafrio que Tubarão sentia com as cheias, aquilo de precisar implodir ponte, acabou. É só ir no Morrotes e ver a alteração que fizemos. Deixamos muitas comunidades sem precisar ficar à mercê da poeira e da lama. Além disso, também melhoramos a vida do cidadão através da escola, da saúde, da segurança, do social.
 
Notisul – Os seus opositores continuam a usar a questão da transferência da sede da Ferrovia Tereza Cristina contra o senhor. Por isto, o município está sem negativa de débito e não pode fazer convênios com o governo federal, o que prejudicou a obra da ponte para ligar as duas margens do bairro Guarda e a reforma do ginásio Otto Feuerschuete. Na sua opinião, o que realmente ocorreu naquele caso?
Stüpp – Em momento algum, é importante que se diga, isso vai ficar sem resposta, como deixei durante muito tempo, porque achava que as minhas ações falavam por mim. Chega de ficar calado. É o primeiro ponto. Em vez de criticar, essas pessoas deviam contribuir, ajudar, para que as coisas ocorram. E não jogar penas ao vento, como fazem. Estamos falando de uma obra, que, quando fui buscar o recurso em Brasília, foi, de fato, para uma grande ação de governo: retirar os trilhos do centro da cidade e unir os dois principais bairros. O maior, que é Oficinas, ao Centro. Para fazer com que a aquela área que abriga a oficina da Ferrovia Tereza Cristina venha para o município. São 70 mil metros quadrados, sete hectares de terras no centro da cidade. Lá, dá para montar uma incubadora empresarial, teatro, escola, universidade, parque. Tem espaço para isso tudo. Quando se fala dessa obra, não se fala de um galpão qualquer, para jogar entulho. É um pavilhão com 4,8 mil metros quadrados. É o equivalente a dois Cecontu. Falamos de um pavilhão que está pronto junto com uma estação de energia. Uma obra que foi contratada a meio CUB (Custo Unitário Básico, referência de valores na área de construção civil). E em momento algum teve um único questionamento do Dnit. Em momento algum, se diz que houve desvio de dinheiro. O que se discute lá são algumas alterações que foram feitas no projeto. Por exemplo, foi previsto um tipo de telha, e colocaram outra. Isso, inclusive, já foi sanado no Dnit. É uma questão de tempo para que tenhamos a sequência da obra. Não vai demorar muito para que ela ocorra.
 
Notisul – E qual é o motivo destas acusações contra o senhor? 
Stüpp – Tem uns que deveriam deixar as críticas, os questionamentos e discussões apenas no período eleitoral. E não fazer no ano inteiro uma campanha, como se a eleição tivesse começado antes. Eu não tenho dúvida que essa é uma ação que vem em prol da cidade de Tubarão. Foi com este intuito e é desse jeito que vai ser.
 
Notisul – E quanto às obras da avenida Pedro Zapellini? Os seus opositores também afirmam que houve superfaturamento…
Stüpp – Em momento algum. O Tribunal de Contas está fazendo a avaliação daquela obra. Por sinal, o anel viário é uma senhora obra. Tente imaginar como seria o trânsito do centro da cidade sem aquela obra. O que faz a diferença da crítica é que sabem que essas ações são relevantes, e querem diminuir a importância da obra. Aquela região tem um terreno muito complicado em termos de infraestrutura. Encontramos também uma realidade que não conhecíamos, na rede pluvial. Tivemos que refazer toda a rede, e isto representou uma ampliação no contrato e, consequentemente, no custo. Em momento algum, o Tribunal de Contas disse que houve algum tipo de superfaturamento ou desvio de dinheiro. O que houve? Apenas um cidadão querendo fazer com que a obra fosse desmoralizada, pois sabe que ela é muito importante. Politicamente, inclusive!
 
Notisul – Qual é a sua expectativa na formação de uma coligação?
Stüpp – Vai ter, da minha parte, um esforço na busca da participação do PSD, PR, PPS, PSB, PDT e do DEM. Nós vamos atrás de alguns partidos que eu tenho certeza, que na sua maioria dos citados, dão sustentação ao atual governo, e espero convencer o PSD a nos oferecer uma opção para compor conosco na condição de vice.
 
Notisul – Como candidato, no que vai focar a sua campanha? 
Stüpp – O PSDB, por si só, e pelas próprias diretrizes do partido, foca sempre as suas ações nas áreas da saúde, educação, social, segurança e da geração de empregos. Essa é a base de qualquer proposta de governo do partido. Mas é a partir do momento que tivermos a coligação efetivamente construída que podemos dizer qual vai ser o enfoque da campanha. Já que é com estes partidos que vamos discutir o plano de governo. Não pode ser apenas o pensamento do candidato Carlos Stüpp. Precisamos da participação dos outros partidos para que a gente construa uma boa proposta para a cidade de Tubarão.
 
Notisul – Existe projeto para trazer a Stüppmania de volta?
Stüpp –  Ela está sempre presente. Esse é um chavão da nossa ala jovem do partido. Durante o lançamento da pré-candidatura (na noite de quinta-feira), onde confirmei que estaria na eleição, ainda vimos o movimento jovem,  através do nosso presidente, dizer que a Stüppmania está de volta. Não sei exatamente de que forma, mas de algum jeito ela vai estar na eleição. 
 
Notisul – Caso eleito, quais são os seus planos para a cidade?
Stüpp – Meus planos são aqueles de sempre. Quero uma Tubarão cada vez mais forte, mais ordeira, mais hospitaleira, com mais oportunidades aos nossos filhos, e aos filhos dos nossos filhos. Priorizar a geração de empregos, saúde, educação, social, segurança, em resumo, todos os valores que eu citei anteriormente. Além de obras importantes para o desenvolvimento geral da cidade.  
 
Notisul – Como o senhor enxerga o atual cenário político de Tubarão?
Stüpp – Não vejo nada de anormal ou que me surpreenda. Essa manifestação dos candidatos, das possíveis candidaturas, em momento algum me assusta. Não importa qual vai ser a composição que eu vou enfrentar, de um lado, ou de outro. Eu tenho muito mais segurança naquilo que tenho como ideias, como ações e como sonhos. O que me credencia a não precisar fazer nenhuma crítica aos meus adversários, mas apoiar  nas minhas propostas e no plano de trabalho. Isto haverá de fazer a diferença, junto com a minha experiência.
 
Notisul – Como avalia a atual administração?
Stüpp  –  Olhando de fora, a gente vê muitos erros e acertos. Fica até mais fácil agora com o conhecimento que tive de oito anos como prefeito, e esses três anos olhando de fora. Este governo faz muito, mas ele erra como eu errei, em um sentido: ele tem que cacarejar um pouco mais. Tem que falar um pouco mais das suas ações. Tem que comunicar um pouco mais aquilo que esta sendo feito à sociedade. Às vezes, as obras não chegam ao conhecimento do eleitor. Se comparar, não com o meu governo, que foi muito mais obreiro em termo de ações, mas com os três anteriores, na comparação, o atual fez muito mais. O problema é que ele é comparado com aquele volume, aquele manancial enorme de obras que eu coloquei na rua, e esse é o grande problema que o prefeito Manoel enfrenta.
 
Notisul – O que o senhor poderia fazer melhor? 
Stüpp – Temos uma série de ações que precisam sempre ser implementadas e modificadas. Mas tenho certeza que, se eu for eleito, vou me comunicar muito mais com a sociedade, do que me comuniquei no meu tempo. Manoel está com a mesma linha de colocação que eu sempre tive, de que a obra fala por mim. E nem sempre é assim. Você precisa fazer com que a população saiba o que está havendo, e muitas vezes isso não é percebido.
 
Stüpp por Stüpp
Deus – A razão de tudo. Família – A base que me move, que me sustenta, que me oxigena.
Trabalho – Razão de vida. É dignidade. Trabalho é realização.
Passado – Nos garante base para um futuro mais promissor.
Presente – Viver intensamente cada dia e cada momento.
Futuro – Primeiro, a Deus pertence. Mas não posso entregar só a ele. Tenho que fazer a minha parte. Se você quer um futuro melhor, trabalhe para que isso ocorra.
 
"Há algum tempo, um empresário amigo meu revelou-me que não votou em mim para deputado estadual. Questionei por quê. Ele disse-me que o motivo foi eu não ter pedido o voto. Daí eu argumentei. Achava que as minhas ações como o pagamento do salário dos servidores públicos em dia, o 13o credenciavam. Afinal, este dinheiro também entra no mercado e movimenta a economia, como no caso do comércio do meu amigo. Foram tantas obras e ações. Ainda lembro quando tiramos as primeiras lajotas antigas da avenida Marcolino Martins Cabral (a principal do município). Eram do tempo da enchente. Emocionei-me naquele dia. Hoje, a população desfruta de uma avenida asfaltada, com qualidade. Em cada canto da cidade, nós temos uma marca, uma ação, algo que deixamos como legado para a cidade. O calafrio que Tubarão sentia com as cheias acabou. É só ir no Morrotes e ver a alteração que fizemos. Deixamos muitas comunidades sem precisar ficar à mercê da poeira e da lama. Também melhoramos a vida do cidadão através da escola, da saúde, da segurança, do social".
 
"O Manoel (Bertoncini, atual prefeito), 
é um exemplo de vida, de superação. 
Ele fez e continua a fazer muito por 
esta cidade".
 
"Se o Manoel (Bertoncini) pudesse ser candidato, eu 
seria um dos seus cabos eleitorais”.