Empate frustrante e questionamentos para a Seleção Brasileira

FOTO: Wikimedia Commons Divulgação Notisul Digital

Na noite desta terça-feira, dia 19, o Brasil enfrentou o Uruguai pela 12ª rodada das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026 e saiu de campo com mais um empate frustrante, desta vez por 1 a 1 na Arena Fonte Nova. O gol brasileiro veio dos pés de Gerson, mas o time apresentou mais do mesmo: muita posse de bola, pouca criatividade e uma defesa exposta em momentos cruciais. O resultado marcou o encerramento de um ano repleto de tropeços, com a Seleção em quinto lugar na tabela, fora até do tradicional G-4.

Com um mercado esportivo cada vez mais influenciado pelas casas de apostas, que movimentam bilhões ao redor do mundo, a seleção brasileira tem visto um cenário de crescentes expectativas frustradas. As performances instáveis e a falta de competitividade contrastam com o favoritismo que muitas vezes ainda é atribuído ao Brasil nas melhores casas de apostas online, tanto em odds quanto na visão dos torcedores. Entretanto, a distância entre o potencial percebido e o desempenho em campo parece cada vez maior.

Este empate não só frustra os torcedores como também aumenta a pressão sobre Dorival Júnior. O técnico, que assumiu no início do ano, enfrenta dificuldades para implementar um estilo de jogo consistente. O questionamento sobre a capacidade do treinador cresceu após uma sequência de resultados decepcionantes, somados a uma campanha instável nas Eliminatórias e uma eliminação precoce na Copa América.

Um jogo com sinais preocupantes

O confronto contra o Uruguai começou com o Brasil apostando em seu trio ofensivo formado por Vini Jr., Raphinha e Savinho. Os primeiros minutos deram indícios de que a Seleção poderia dominar, com boa movimentação e tentativas de explorar as laterais. No entanto, como tem ocorrido frequentemente, a falta de precisão no último passe e a ausência de ideias no meio-campo rapidamente colocaram o Brasil em dificuldades.

O Uruguai, por sua vez, demonstrou um plano claro: explorar os corredores laterais e aproveitar as falhas de posicionamento da defesa brasileira. Foi dessa forma que Valverde abriu o placar no início do segundo tempo, em uma jogada que expôs a desorganização defensiva da Seleção. O gol de empate, um belo chute de Gerson, deu esperança momentânea, mas não foi suficiente para mudar o panorama do jogo, marcado pela pouca eficiência ofensiva.

Um ponto que chama atenção é a performance de Vini Jr. O atacante, destaque absoluto do Real Madrid, não conseguiu replicar na Seleção o brilho que apresenta no clube espanhol. Muitas vezes isolado ou sem espaço para atuar, o jogador simboliza um dos maiores desafios do time: traduzir o talento individual em um coletivo funcional. Situação semelhante ocorre com nomes como Bruno Guimarães, que não conseguiu comandar o meio-campo, e Raphinha, pouco eficiente no desarme e na criação de jogadas.

Guardiola e a fuga de soluções fáceis

O empate contra o Uruguai reacendeu as críticas sobre o comando técnico de Dorival Júnior. A renovação de Pep Guardiola com o Manchester City até 2026 foi outro balde de água fria para quem esperava uma mudança significativa na Seleção Brasileira. O espanhol era visto por muitos como a melhor solução para implementar um futebol moderno, mas, com a renovação, essa possibilidade está fora de alcance no curto prazo.

Dorival, por outro lado, ainda tenta encontrar equilíbrio em seu trabalho. Após um início animador, com vitórias sobre Inglaterra e Espanha em amistosos, o técnico viu a equipe cair de rendimento, culminando em uma campanha instável nas Eliminatórias. Suas escolhas táticas são alvo de críticas, especialmente pela insistência em estratégias que não têm surtido efeito, como a aposta na posse de bola sem transições rápidas.

Análise ampliada e caminhos para o futuro

O cenário da Seleção em 2024 é desafiador. Apesar de estar na zona de classificação para a Copa, o Brasil carece de identidade em campo. A equipe mostra fragilidade defensiva e uma falta de repertório ofensivo que preocupa para os próximos confrontos, especialmente contra a Argentina e a Colômbia em março de 2025.

Os torcedores, acostumados com um futebol vibrante e eficiente, têm encontrado pouco com o que se animar. Jogadores brilhando em clubes europeus não conseguem manter o nível na Seleção, expondo problemas tanto de preparação quanto de adaptação tática. O Brasil ainda tem tempo para corrigir os erros, mas as mudanças precisam ser profundas.

Com o aumento do número de vagas para a Copa do Mundo, a classificação parece quase garantida, mas a pergunta central é outra: qual será a competitividade da Seleção no Mundial? A resposta depende não apenas de ajustes no elenco e no comando técnico, mas de uma mudança na mentalidade. A Seleção Brasileira precisa resgatar sua essência e reconquistar a confiança do torcedor e, talvez, das casas de apostas que um dia lhe atribuíam favoritismo absoluto.