As práticas investigadas estão inseridas em um contexto de vivência paralela digital, em que jovens, escondidos sob pseudônimos e acreditando no anonimato que a internet aparenta possibilitar, buscam reconhecimento e idolatria por outros seguidores – com o objetivo de se tornarem administradores de canais, grupos ou servidores populares em tais meios. Nesses ambientes virtuais, promovem a transmissão ao vivo de autolesão, instigação ao suicídio, extirpação de animais domésticos e atos ofensivos à dignidade sexual – práticas comumente associadas a extorsão e ameaças de divulgação de imagens íntimas das vítimas.
Dentre as vítimas que se encontravam sob o domínio psicológico e coercitivo do investigado, duas já foram identificadas e poderão, desde já, contar com suporte na área da saúde. As ordens judiciais foram expedidas pela Vara Criminal de Imbituba.
SINAIS DE VIOLÊNCIA
Os integrantes do CyberGaeco ressaltam a importância dos pais estarem presentes na vida dos filhos para avaliação de suas integridades físicas, uma vez que é prática comum, no início do estado de dominação psicológica, a realização de agressões ao próprio corpo, principalmente nos membros inferiores ou na região peitoral – com lesões que fazem referência ao pseudônimo ou a símbolo utilizado pelo administrador do canal, grupo ou servidor.
CyberGaeco
O CyberGaeco é uma força-tarefa especializada formada por integrantes do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), da Polícia Civil, da Polícia Militar, da Polícia Penal e do Corpo de Bombeiros Militar para o combate e enfrentamento de delitos praticados em ambientes virtuais.