Início Opinião Em fim de mandato, Prefeitura de Laguna passa por crise cíclica

Em fim de mandato, Prefeitura de Laguna passa por crise cíclica

FOTO Prefeitura de Laguna Divulgação Notisul Digital

No final dos mandatos de centenas de prefeitos pelo Brasil, as notícias da falência dos municípios se avolumam. Para buscar adequação à Lei de Responsabilidade Fiscal, e não deixar restos a pagar aos seus sucessores, muitos prefeitos iniciam verdadeiras operações de desmonte das estruturas administrativas municipais.

Em governos passados, demissões de servidores contratados, cortes de contratos e queda na qualidade do atendimento ao cidadão, foi a realidade vista em Laguna. E no apagar das luzes deste mandado do prefeito Samir Ahmad (Republicanos), a história na cidade mãe de todas as cidades do Sul catarinense se repete.

Hoje a Prefeitura de Laguna enfrenta dificuldades na coleta do lixo e na manutenção da iluminação pública. Mesmo que estes serviços sejam custeados por valores cobrados dos cidadãos. Moradores expostos a ruas sem iluminação pública à noite e com acúmulo de sacos de lixo, sem a devida coleta e tratamento.

E agora a notícia de que a sede do Executivo municipal está com aluguéis atrasados, sendo ameaçada de despejo pelos proprietários do Centro Comercial Tordesilhas, sede do governo. O Tordesilhas está localizado no ponto de referência história do tratado entre Espanha e Portugal. Diante destas dificuldades, é esperada para os próximos meses a demissão de servidores comissionados, por conta da falta de equilíbrio no caixa do governo local.

Se os servidores comissionados não fizerem falta ao atendimento da população, será uma demonstração de uso político dos cargos públicos. Se houver falta ou dificuldades ainda maiores no atendimento ao cidadão, especialmente os mais humildes, que pagam impostos, será lamentável e demonstra a falência da gestão pública.

Esta não é a primeira vez que a cidade passa por tão dramática situação. Sem avaliar a gestão, que empreendeu obras importantes, como o asfalto no acesso à Praia do Sol. Obra esperada há 40 anos. Às vésperas da Eleição de 2024, o prefeito não se sente à vontade para concorrer à própria sucessão. E os demais candidatos? O que já fizeram pela cidade e quais seus planos para que, no futuro, tal situação não se repita?

Qual o motivo de Laguna faturar cerca de R$ 173 milhões em impostos a cada ano. E, como exemplo, Balneário Camboriú faturar R$ 1,7 bilhão, apenas em 2023. Laguna arrecada e investe o equivalente a 10% da movimentação financeira de Balneário Camboriú. Como é possível que uma cidade que ocupa uma área equivalente a 13% do território da histórica Laguna, tenha uma economia 10 vezes maior? O território de Balneário Camboriú é de 45,2 km2 e de Laguna 336,4 km2.

Esperamos que, ainda na campanha, seja trazido este tema à baila. Propostas de candidatos a prefeito e a vereadores terão espaço. Esperamos que sejam propostas que foquem na qualidade de vida das pessoas. Com um orçamento na casa de quase R$ 2 bilhões, o governo municipal poderia tratar melhor o seu cidadão, garantindo educação, saúde, mobilidade e segurança, principais obrigações dos governos.

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