Com investimentos de R$ 7,07 bilhões, a duplicação de 221 km da BR-101 no Espírito Santo começa a sair do papel. Prometendo gerar mais de 100 mil empregos, a obra é aguardada com expectativa, mas enfrenta críticas por pedágios altos e modelo de concessão.
Um marco para a infraestrutura no Espírito Santo
A duplicação da BR-101, prevista para ser realizada em etapas pela concessionária Eco101, deve transformar o transporte no estado. A rodovia é um eixo vital para cargas e passageiros, conectando o Espírito Santo a estados vizinhos.
- Extensão duplicada: 221 km ao longo do contrato.
- Primeiros 3 anos: 96 km serão entregues.
- Trechos estratégicos: contornos rodoviários de Ibiraçu e Fundão, com 15,6 km, para desviar tráfego urbano e reduzir acidentes.
Apesar do avanço, 155 km foram excluídos por inviabilidades técnicas e ambientais. Como compensação, foram adicionados 41 km de faixas extras em pontos críticos.
Impacto econômico e geração de empregos
Segundo o Tribunal de Contas da União (TCU), a obra promete criar 100.464 empregos, sendo:
- Diretos: 34.026 em áreas como construção e engenharia.
- Indiretos: 16.046 envolvendo fornecedores e serviços relacionados.
- Efeito multiplicador: 52.392 gerados pelo aumento do consumo local.
Além disso, a modernização beneficiará setores como logística, comércio e construção civil, fortalecendo a economia regional.
Aumento de pedágios gera preocupação
Com a duplicação, as tarifas de pedágio sofrerão reajustes, preocupando caminhoneiros e motoristas frequentes:
- Tarifa atual (pista simples): R$ 0,05525/km.
- Após duplicação parcial: R$ 0,071/km.
- Trechos duplicados concluídos: R$ 0,156/km (cerca de R$ 16,55 a cada 100 km).
A Eco101 justifica o aumento como necessário para garantir a manutenção e a qualidade da rodovia, mas usuários apontam os custos como uma barreira para acessibilidade.
Críticas ao modelo de concessão
A prorrogação do contrato da Eco101 por mais 10 anos gerou polêmica, ampliando a concessão para 40 anos. Especialistas questionam a eficácia do modelo privado, especialmente devido aos custos elevados e à exclusão de obras como o Contorno de Linhares, considerado essencial. Apesar das críticas, a duplicação da BR-101 promete avanços significativos em segurança, tráfego e desenvolvimento econômico, mas os desafios financeiros continuam sendo um ponto sensível.