O dólar bateu R$ 6,20 pela primeira vez nesta terça-feira (17), mesmo após o Banco Central realizar dois leilões de câmbio para tentar conter a alta. A moeda chegou a R$ 6,2065 na máxima do dia e, com as intervenções, fechou em R$ 6,12. O aumento reflete a preocupação dos investidores com o pacote de corte de gastos do governo federal, considerado insuficiente para conter o avanço da dívida pública.
Mercado reage mal ao pacote fiscal
O pacote de corte de gastos do governo, apresentado ao Congresso, busca economizar:
- R$ 70 bilhões nos próximos dois anos;
- R$ 375 bilhões até 2030.
Contudo, o mercado esperava cortes em gastos estruturais, como previdência e saúde, o que não aconteceu. Analistas apontam que o esforço do governo pode ser anulado em pouco tempo devido à alta dessas despesas.
BC tenta conter alta com leilões de dólares
Para amenizar a disparada da moeda norte-americana, o Banco Central realizou dois leilões de dólares:
- US$ 1,2 bilhão no primeiro leilão;
- US$ 2 bilhões no segundo leilão.
Ainda assim, o dólar segue pressionado, acumulando alta de 25,59% no ano.
Copom sinaliza novos aumentos da Selic
Além da reação ao pacote fiscal, a divulgação da ata do Copom trouxe pessimismo adicional. O Comitê de Política Monetária aumentou a taxa Selic de 11,25% para 12,25% ao ano e já sinalizou mais duas altas, podendo alcançar 14,25%. A justificativa é o impacto da alta do dólar sobre a inflação e a necessidade de uma política monetária mais rígida.
Resumo dos mercados
- Dólar: Alta de 0,44%, cotado a R$ 6,12.
- Ibovespa: Subiu 1,07%, aos 124.887 pontos.