Início Especial Direitos trabalhistas: Redução de horas não será vantajosa

Direitos trabalhistas: Redução de horas não será vantajosa

Cíntia Abreu
Tubarão

A proposta de redução da jornada de trabalho semanal de 44 para 40 horas, na área varejista, causa preocupação por parte da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Santa Catarina (FCDL/SC), incluindo a CDL de Tubarão.
A intenção dos autores da sugestão de emenda à Constituição 231/95, os ex-deputados e hoje senadores Inácio Arruda (PCdoB/PE) e Paulo Paim (PT/RS), é que assim novos postos de empregos deverão ser criados. Porém, a federação das CDLs, que representa mais de 26 mil varejistas do estado, é contrária à proposta, pois acredita que as empresas serão prejudicadas, por não terem condições financeiras de absorver as necessidades de novas contratações.

Na opinião do presidente da CDL de Tubarão, Walmor Jung Júnior, para que essa mudança ocorra, o mercado tubaronense e regional teria que estar vivendo em outro contexto nacional financeiro. “Acreditamos na livre negociação. Isto, sim, auxiliaria para o crescimento econômico regional”, argumenta Jung.
Os senadores afirmam que a jornada reduzida criaria cerca de 2,25 milhões de empregos. A confederação das CDLs rebate, e afirma que o fato faria com que os empresários optassem pela compra de máquinas para automação da produção, reduzissem a produção, ou intensificassem o trabalho dos atuais empregados. Sendo assim, o número de empregos não seria maior.

Afonso Menegali, proprietário de três lojas do ramo de cama, mesa e banho em Tubarão, oferece 36 empregos diretos. Ele afirma que não pretende aumentar o seu quadro de funcionários, caso a redução seja aceita. “Não contrato mais pessoas nem em épocas festivas, porque não tenho como arcar financeiramente. Caso as horas de trabalho diminuam, terei que me adaptar com os empregados que já tenho”, justifica Menegali.

Número de vendas no
varejo aumenta em julho

Os primeiros meses de 2009 foram amargos para o setor varejista, que enfrentou números negativos nas compras. A Federação das CDLs de Santa Catarina (FCDL/SC), mostra dados que este quadro modificou-se no mês de junho, onde o número de consultas ao Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) foi maior que o mês de maio.
Em Tubarão, nos meses de maio e junho, parece que o consumidor perdeu os seus temores e voltou a comprar também. Os empresários do ramo comemoram os saldos positivos. “O Dia das Mães e o Dia dos Namorados, foram os causadores da boa nova”, ressalta o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Tubarão, Walmor Jung Júnior.

Jung observa que, no mês de julho, a tendência é novamente a redução das compras, voltando a crescer em agosto. “Acredito que os Dias D também contribuem muito para o aquecimento das vendas”, salienta o presidente da CDL.
A vendedora Maiara da Silva (foto), da loja de enxovais Nossa Casa, confirma que os lucros ocorreram nos dois últimos meses. “O meu número de comissões foi considerável no mês que passou, espero continuar assim nos próximos meses”, afirma a jovem.

O patrão de Maiara, Afonso Menegali, não acredita que o aumento de vendas decorra dos Dias D. “Para agradar o consumidor, deixamos os nossos funcionários cansados. Como uma mãe vendedora terá ânimo de comemorar seu dia?”, protesta Manegali.
Na opinião do empresário, os consumidores deveriam adaptar-se aos horários normais e, mesmo assim, não deixariam de comprar.

Mudanças na compra à vista

Ontem, foi submetida à plenária a medida provisória 460/09, que poderá permitir a diferenciação de preço nas compras com cartão de crédito ou em espécie. A aprovação do projeto proporcionará benefícios aos consumidores, que poderão optar pela melhor forma de compra. “Atualmente, os empresários são obrigados a inserir, no preço das mercadorias e serviços, os custos abusivos que são cobrados direta ou indiretamente pelas administradoras de cartões de crédito”, explica o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Tubarão, Walmor Jung Júnior.

Com a possibilidade da diferenciação, o consumidor deve comprar mais à vista, e o uso do cartão de crédito reduzirá. “Isto forçará as administradoras a reduzirem seus lucros gigantescos, inclusive cobrados também do próprio consumidor, na anuidade de seu cartão”, espera Jung.

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