Desvalorização de 13,4% do Real, no primeiro semestre, impacta economia catarinense

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A desvalorização do real frente ao dólar foi de 13,4% no primeiro semestre deste ano, a quinta maior do mundo segundo a Austin Ratings. Com a cotação da moeda americana em alta, o economista-chefe da Federação das Indústrias de SC (FIESC), Pablo Bittencourt, alerta para os impactos imediatos sobre produtos e insumos importados sem substitutos nacionais.

Impacto na indústria catarinense

A indústria catarinense sente o efeito da alta do dólar principalmente na compra de matéria-prima para setores de transformação e insumos agrícolas. Setores tecnológicos, como máquinas e equipamentos, aparelhos elétricos, peças para veículos e eletrônicos, são os mais afetados, mas não os únicos.

  • Matéria-prima para setores de transformação
  • Insumos agrícolas como adubos e fertilizantes
  • Setores de máquinas e equipamentos
  • Aparelhos elétricos e eletrônicos

Efeito sobre medicamentos e derivados de petróleo

Outro segmento fortemente impactado é o de medicamentos. A alta do dólar eleva os preços dos remédios, afetando principalmente a população idosa. O Brasil importa grande parte do petróleo consumido, e a desvalorização do real tende a aumentar os preços dos combustíveis e derivados, como plásticos, afetando o setor de embalagens e elevando os fretes.

Pressão inflacionária e taxa de juros

A desvalorização contínua do real pode resultar em pressão inflacionária, justificando um possível aumento da taxa de juros pelo COPOM ainda este ano. Segundo Bittencourt, apenas ações claras de ajuste fiscal nas despesas poderiam reverter consistentemente essa tendência negativa.