A deputada federal Júlia Zanatta (PL-SC) lançou, nesta terça-feira (11), um abaixo-assinado contra o Drex, a moeda digital brasileira. Segundo a parlamentar, a adoção do Drex poderia reduzir a circulação do Real em espécie e aumentar o controle governamental sobre as transações financeiras. A iniciativa já recebeu apoio de outros deputados, incluindo Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Nikolas Ferreira (PL-MG).
Parlamentares alertam para riscos de monitoramento financeiro
O Drex foi projetado pelo Banco Central ainda na gestão de Roberto Campos Neto e promete digitalizar as transações financeiras, semelhante ao Pix. No entanto, parlamentares da oposição alegam que a moeda pode facilitar o rastreamento e bloqueio de contas.
- Júlia Zanatta afirma que o Drex permitiria ao governo monitorar e até congelar recursos de cidadãos com um único clique.
- Eduardo Bolsonaro classificou a moeda como um instrumento de “dominação”, sugerindo que o governo poderia restringir seu uso por geolocalização.
- Nikolas Ferreira impulsionou a campanha contra o Drex com um vídeo que ultrapassou 300 milhões de visualizações no Instagram.
Deputada propõe PEC para manter o Real físico
Além do abaixo-assinado, Zanatta apresentou uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para garantir a permanência do papel-moeda no Brasil. A proposta prevê que o Congresso Nacional tenha poder exclusivo para autorizar a implementação de moedas digitais pelo Banco Central. Até o momento, a PEC já conta com 129 das 171 assinaturas necessárias para tramitação na Câmara.
Governo nega substituição do dinheiro em espécie
Diante da repercussão negativa, o governo federal divulgou uma nota esclarecendo que o Drex será opcional e não substituirá o dinheiro físico.
- O Banco Central destacou que o objetivo do Drex é complementar o papel-moeda, oferecendo uma alternativa digital.
- A instituição afirma que a nova moeda visa reduzir custos de intermediação financeira e aumentar a eficiência das transações.
- Diferentemente das criptomoedas como Bitcoin e Ethereum, o Drex será administrado por um grupo restrito de instituições autorizadas.
Apesar das garantias oficiais, a oposição segue pressionando para que a proposta seja debatida amplamente antes de sua implementação.