O crescimento das despesas com a máquina pública, que não param de crescer, as obrigatórias, como a Previdência Social, tem comprimido o espaço dos gastos discricionários dos ministérios, afetando áreas essenciais como educação, saúde e assistência social. Caso o governo não consiga equilibrar essas despesas, a longo prazo, essas políticas públicas poderão ser drasticamente afetadas, o que traria impacto direto à população e prejudicaria o desenvolvimento do país. A pressão inflacionária, já exacerbada, pode ser impulsionada ainda mais pelo aumento dos gastos, afetando o preço de produtos e serviços básicos e diminuindo o poder de compra das famílias brasileiras.
A alta nos gastos públicos também gera um efeito dominó sobre outros indicadores econômicos. A incerteza em relação à sustentabilidade fiscal eleva o “risco fiscal”, que influencia diretamente na alta do dólar e dos juros futuros. Com isso, os bancos e demais instituições financeiras repassam o aumento para os consumidores, encarecendo o crédito e o financiamento para investimentos. Juros mais altos também agravam a situação da dívida pública, pois o Tesouro Nacional precisa pagar taxas mais elevadas na emissão de títulos públicos, aumentando o endividamento e comprometendo ainda mais o orçamento.
Diante desse cenário, a contenção de gastos aparece como uma medida crucial para romper esse ciclo. Propostas como a reforma administrativa, embora impopular, pode ajudar a ajustar a trajetória fiscal do país. A reforma administrativa, por exemplo, poderia reduzir os gastos com servidores e revisar benefícios que ultrapassam o teto constitucional.
Outra possibilidade para controle de gastos seria a desvinculação de despesas obrigatórias de saúde e educação das receitas, uma medida polêmica, mas que poderia garantir maior flexibilidade orçamentária ao governo. O objetivo central dessas reformas é evitar que a estrutura de gastos do país continue a crescer em ritmo superior ao da arrecadação, promovendo uma gestão mais eficiente e sustentável do dinheiro público. Não basta aumentar a arrecadação, como foi observado nos meses de 2023 e 2024.
Sem uma postura firme de controle fiscal, o país continuará a enfrentar instabilidade econômica e juros altos, comprometendo o crescimento e a atração de investimentos. Ao adotar uma política de cortes, o governo demonstra um compromisso com a saúde financeira do país, assegurando o futuro econômico e proporcionando uma base sólida para o desenvolvimento sustentável.