Comitê Araranguá e Afluentes do Mampituba discute PL nº 4546 e elabora carta aberta

O Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio Araranguá e Afluentes Catarinenses do Rio Mampituba deu início à análise do Projeto de Lei nº 4546/21, que visa a criação da Política Nacional de Infraestrutura Hídrica. O debate está centrado nas possíveis consequências negativas do PL, que foi criticado por ferir o atual sistema de gestão dos recursos hídricos. A decisão oficial sobre o posicionamento do Comitê será tomada na Assembleia Geral Extraordinária em 5 de novembro.

Carta aberta será submetida à votação na Assembleia Geral

A Câmara Técnica de Assuntos Institucionais e Legais (CTIL) do Comitê foi responsável pela análise detalhada do Projeto de Lei e redigiu uma carta aberta, expressando argumentos contrários ao PL nº 4546/21. O documento, que será votado em novembro, ressalta os impactos negativos do projeto, como a privatização da água e o enfraquecimento da participação social na gestão de recursos hídricos.

Projeto de Lei ameaça o papel dos Comitês de Bacia

Segundo Maurício Marques Scalon, coordenador Geral do Fórum Nacional de Comitês de Bacias Hidrográficas, o projeto altera significativamente o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH), comprometendo o papel dos comitês. Ele alerta para o risco de desmantelamento dessas organizações, que atuam de forma participativa na governança da água no Brasil.

Água como bem econômico é o principal ponto de crítica

A presidente do Comitê Araranguá, profª. Eliandra Gomes Marques, destacou que o PL transforma a água em um recurso de exploração econômica, ferindo princípios constitucionais e desconsiderando o modelo atual de gestão participativa. A principal preocupação é que o projeto não foi amplamente discutido com a sociedade e propõe mudanças profundas no sistema de governança hídrica.