Carolina Carradore
Armazém
A tempestade de pouco mais de 15 minutos de duração, ontem, causou a morte do pedreiro Sílvio de Souza, 21 anos. Ele foi atingido por um raio enquanto jogava futebol, no bairro Vila Nova, em Armazém. O acidente ocorreu por volta das 16 horas.
Sílvio treinava com os colegas para o campeonato municipal e defendia a camisa do Ferroviário de Vila Nova. Após o fim do primeiro tempo, os jogadores resolveram suspender a partida devido ao temporal. Após uma leve estiada, Sílvio e um colega resolveram voltar ao campo para tocar bola. Foi quando um raio atingiu o rapaz.
Ele chegou a ser levado com vida ao Hospital Nossa Senhora da Conceição, de Tubarão, mas não resistiu e morreu minutos depois. “Os amigos ainda alertaram para os dois saírem do campo por causa das trovoadas, mas eles não escutaram. Não sei o que será da nossa família”, lamenta o pai de Sílvio, Lino Damaceno.
Ele é funcionário da prefeitura de Armazém e veio buscar o corpo do filho acompanhado do prefeito em exercício, João Pedro Machado (PMDB). “Vamos dar todo o auxílio necessário”, assegura João Pedro. Esta não é a primeira vez que seu Lino passa por uma tragédia na família.
Há três anos, ele perdeu a filha, em um acidente de trânsito. “Ela se foi e ficou meu netinho. Agora tudo se repete. Meu Deus! Meu filho se foi e deixou outro netinho. No fim as crianças que são nosso motivo para continuar a vida”, diz seu Lino, desolado.
O corpo do pedreiro é velado na casa onde morava com os pais, na localidade de Sertãozinho, e será enterrado hoje no Cemitério Municipal de Armazém.
Chuva traz transtornos e deixa casas alagadas
O dia de ontem foi uma espécie de imitação do domingo passado. O céu amanheceu limpo, com sol forte e praia lotada. Exatamente às 15h50min o dia virou noite e a chuva trouxe, novamente, prejuízos à região. Foram cerca de 15 minutos de água e vento, que chegou a 60 quilômetros por hora.
O temporal, ainda que curto, foi o suficiente para causar transtornos e alagar casas.
Em Tubarão, a BR-101, no trecho do viaduto principal (o do posto Fera) ficou cheio de água. Em alguns momentos os motoristas tiveram dificuldade para passar pelo local.
Mas nada comparado com a semana passada, quando faltou energia, sete famílias ficaram ilhadas no Sertão dos Corrêa, e duas árvores caíram.
Em Orleans, a chuva seguida de trovoadas também assustou a população. O Corpo de Bombeiros atendeu cerca de dez moradores que tiveram suas casas alagadas no bairro Nova Orleans. O fato causou revolta na comunidade.
Após o temporal, o cenário era de moradores com vassouras e baldes na mão para retirar a lama das calçadas e até de dentro das casas. Um deles é o cidadão Patrick Bratti de Souza, 30 anos. Ele chegou a remover parte dos móveis por conta da grande quantidade de água. “Toda vez que chove um pouco mais forte é o mesmo problema. Tenho que erguer móveis torcer para que pare logo. Caso contrário tenho que abandonar tudo”, lamenta o trabalhador.
Quantidade
Ontem choveu 25 milímetros em Tubarão. Com isso, o acumulado do mês já é de 146 milímetros, praticamente o esperado para cair até o dia 31. “O que chover a partir de hoje ultrapassará a média de janeiro, mas ainda assim não é nada alarmante”, tranquiliza climatologista Rafael Marques, da estação Oregon, de Tubarão.